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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a tensionar as relações com a China na segunda-feira (25), ao declarar que poderá aplicar uma tarifa de 200% sobre produtos chineses. A medida foi vinculada ao envio de ímãs de terras raras, considerados insumos estratégicos para os setores automotivo, militar e eletrônico americanos.
A fala foi feita durante a recepção oficial ao presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, na Casa Branca. Diante da imprensa, Trump afirmou que os EUA “precisam receber ímãs”, e que, sem isso, “não haverá outro caminho senão aplicar uma taxa pesada”. A declaração marca um novo capítulo na guerra comercial entre Washington e Pequim.
Conflito comercial ganha novo fôlego com ameaça tarifária
Os ímãs de terras raras voltaram a ocupar o centro das disputas após a imposição, pela China, de licenças de exportação para o insumo. Embora parte dessas restrições tenha sido flexibilizada após reuniões diplomáticas, o governo americano alega que o fornecimento ainda está sendo atrasado intencionalmente.
Publicação de President Donald J. Trump (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)
Trump indicou que, se a exportação não for destravada rapidamente, os EUA deixarão de fazer negócios com a China, como já ocorreu durante tarifas anteriores de até 145%. “Desta vez, pode chegar a 200%”, disse, ao mencionar que “não teremos problemas com isso”.
Relações bilaterais continuam frágeis apesar de trégua
Apesar de uma trégua tarifária de 90 dias, prorrogada até novembro, o clima entre os dois países permanece instável. Negociações foram realizadas nos últimos meses para reequilibrar o fluxo comercial, mas os avanços foram limitados. Washington continua pressionando por mais agilidade nas concessões chinesas.
Trump, contudo, buscou amenizar o tom ao lembrar que mantém diálogo direto com Xi Jinping. “Temos uma relação estupenda”, afirmou. Ainda assim, ele reforçou que os EUA possuem “cartas poderosas”, sugerindo novas ações, caso o impasse continue. A declaração repercutiu imediatamente nos mercados e reacendeu o debate sobre a dependência americana de insumos estratégicos importados. A comunidade internacional acompanha com cautela os próximos desdobramentos.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, utilizou suas redes sociais na data de ontem, quinta-feira (01), para comemorar o acordo firmado entre a Ucrânia e o governo de Donald Trump. O pacto celebrado envolve a exploração de “Terras Raras”, ajuda financeira e apoio militar.
Zelensky informou que o acordo está à espera de ratificação por parte do parlamento ucraniano, Verkhovna Rada, composto por 450 deputados e, garantirá que não haja atrasos para entrar em vigor o quanto antes.
O mandatário ainda informa que, durante o processo de negociações, iniciado em fevereiro deste ano (2025), as cláusulas vigentes mudaram significativamente. Conforme o presidente ucraniano, “este é um acordo verdadeiramente igualitário que cria uma oportunidade para investimentos na Ucrânia”.
Em seu discurso, Zelensky comemora que o Fundo Financeiro de Recuperação será realizado sem pendência de dívidas. E que tanto a Ucrânia quanto os EUA tendem a ganhar com esta parceria.
Pronunciamento do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre o acordo firmado com os EUA (Vídeo: reprodução/Instagram/@zelenskyy_official)
Volodymyr Zelensky aproveitou a oportunidade para agradecer aos representantes ucranianos pelo empenho empregado para que o acordo fosse aceito.
Reunião no Vaticano
A reunião que pôs fim a meses de espera para assinatura do acordo entre EUA e Ucrânia, ocorreu durante o funeral do Papa Francisco, em 26 de abril (2025). Segundo Zelensky, o encontro com o presidente Donald Trump no Vaticano foi fundamental para que as negociações avançassem.
Good meeting. We discussed a lot one on one. Hoping for results on everything we covered. Protecting lives of our people. Full and unconditional ceasefire. Reliable and lasting peace that will prevent another war from breaking out. Very symbolic meeting that has potential to… pic.twitter.com/q4ZhVXCjw0
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 26, 2025
Reunião entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, Vaticano, Roma (Foto: reprodução/X/@@ZelenskyyUa)
Ainda, conforme Zelensky, a assinatura do acordo para exploração de “Terras Raras” tornou-se viável naquele momento, classificado como “histórico” e que outros resultados, decorrentes deste encontro, estão em andamento.
Sanções à Rússia
Algumas das regiões denominadas como “Terras Raras” ucranianas, encontram-se em áreas sob controle da Rússia. Frutos da atuação russa na guerra contra a Ucrânia em curso desde 2022. Estima-se que, atualmente, o governo de Vladimir Putin detém 18% do leste da Ucrânia.
Cidades fronteiriças com a Rússia, como Donetsk, Zaporíjia, Kherson, Luhansk, Mariupol, além da Crimeia, são dominadas pelo exército de Putin e possuem minerais raros a serem explorados.
Mina de grafite, Zavallya, Ucrânia (Foto: reprodução/Olena Koloda/Getty Images Embed)
Com o acordo firmado entre EUA e Ucrânia na data de ontem, quinta-feira (01), essas áreas serão disputadas entre os países envolvidos. Algumas já estão sob sanções econômicas internacionais e novas sanções serão postas em prática.
Após a assinatura do acordo com os EUA, Volodymyr Zelensky anunciou novas sanções as empresas sediadas nestes territórios. Em sua fala, o presidente ucraniano informa que tais sanções serão contra a Rússia, em decorrência da guerra e que, serão sincronizadas com as sanções mundiais já em curso.
A lista de sanções inclui: 36 empresas, produtora de titânio, que atendem à produção militar russa; 106 entidades localizadas na Crimeia, Donetsk e Luhansk, envolvidas na ocupação russa e mais dezenas de civis, alguns ucranianos que, segundo Zelensky são propagadores de informações prejudiciais à Ucrânia.
Até o momento, não houve manifestação por parte do governo de Vladimir Putin, presidente russo, sob quais providências serão tomadas referente aos últimos acontecimentos.
Representantes dos EUA e da Ucrânia assinaram na data de ontem, quarta-feira (30), um acordo de parceria bilateral referente à exploração de “Terras Raras” ucranianas. Com duração de dez anos, o pacto visa a reconstrução do país do leste europeu, prejudicado pela guerra contra a Rússia, em curso desde 2022.
A assinatura do ato era uma condição exigida pelo presidente americano Donald Trump ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenski, desde fevereiro deste ano (2025), em troca de apoio financeiro-militar. Na ocasião, o encontro realizado no salão oval da Casa Branca foi encerrado devido a conflito de interesses entre as partes.
Segundo autoridades ucranianas, o acordo pode ser assinado após passar por consideráveis ajustes, uma vez que, o acordo inicial era visto como unilateral, favorecendo principalmente os EUA. Desta vez, segundo o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, o pacto firmado favorece ambas as partes.
Repercussão
Desde sua assinatura, o acordo está sendo amplamente divulgado. Nas redes sociais, tanto o governo de Donald Trump quanto de Volodymyr Zelensky comentaram sobre o assunto.
A Ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, em uma sequência de postagens, detalhou os termos do acordo firmado, declarando que a parceria não tira o controle das “Terras Raras” da Ucrânia.
Thanks to the leadership and agreements between President Volodymyr Zelenskyy and President Donald Trump, Secretary of the Treasury Scott Bessent and I signed the agreement between Ukraine and the United States to establish the United States–Ukraine Reconstruction Investment… pic.twitter.com/7yf2iqypxL
Publicação inicial sobre o acordo entre EUA e Ucrânia feita por Yulia Svyrydenko (Foto: reprodução/X/2@Svyrydenko_Y|)
Pelo lado americano, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, analisou a parceria como histórica e essencial para acelerar a recuperação econômica ucraniana.
Publicação do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, relacionada ao acordo firmado (Foto: reprodução/X/@BessentSco42680)
Além das autoridades diretamente envolvidas na assinatura do ato, diversos integrantes dos governos americano e ucraniano celebraram a assinatura do acordo, que, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, “sinaliza o comprometimento do governo Trump com uma Ucrânia livre, soberana e próspera”.
Termos do acordo
O principal pacto firmado pelo acordo é a criação de um Fundo de Investimento entre os dois países, o qual atrai investimentos multilaterais para a Ucrânia. Fortalecendo a economia, alavancando a criação de empregos e a cadeia de suprimentos.
O fundo está na média de 50/50, será gerido pelos dois países igualitariamente e ambos determinarão onde investir e como investir, sem voto dominante.
Um segundo ponto muito comentado é sobre o controle referente às “Terras Raras”. De acordo com Yulia Svyrydenko, a soberania ucraniana não será afetada, uma vez que todos os recursos territoriais continuarão sob o domínio do país.
Referente ao que e onde extrair, Svyrydenko enfatiza que será determinado exclusivamente pela Ucrânia e está “claramente estabelecido” no pacto.
Dois outros pontos, não menos importantes estabelecidos, referem-se às empresas estatais ucranianas, que permanecerão sob domínio e supervisão do governo do país, e a adesão da Ucrânia à União Europeia, que não foi contemplada no acordo. Deixando a cargo ucraniano aderir ou não à organização
Scott Bessen, Secretário do Tesouro dos EUA e Yulia Svyrydenko, Ministra da Economia da Ucrânia, assinando o acordo firmado entre os dois países. (Foto: reprodução/X/@USTreasury)
A divulgação dos termos do acordo é, em tese, importante para tranquilizar autoridades mundiais, organizações multilaterais, mercado financeiro e instituições públicas e privadas. Uma vez que, entendia que ao firmar um pacto com os EUA sobre suas “Terras Raras”, a Ucrânia perderia o controle de uma parte considerável de seu território.
Terras raras
As “Terras Raras” ucranianas são áreas produtoras de elementos utilizados nas produção de computadores e smartphones, além de equipamentos médicos. São denominadas de “Terras raras”, pois os elementos encontrados nessas áreas são difíceis de serem encontrados na natureza, em geral.
A Ucrânia possui 5% de toda a reserva de materiais raros existentes no mundo, classificados pela União Europeia. Dos 30 elementos classificados como raros, os ucranianos possuem 21 deles.
Entre os minerais encontrados nas “Terras Raras” estão o ítrio, utilizados na produção de displays de televisores, supercondutores e ligas metálicas. O samário, componente importante na produção de motores elétricos e dispositivos eletrônicos. O disprósio, utilizado para produzir componentes de reatores nucleares. O túlio, voltado para produtos médicos. O lutécio, aumentando a resistência e a durabilidade de ligas metálicas.
Além dos minerais mencionados acima, as “Terras Raras” também possuem lítio, utilizado na produção de dispositivos eletrônicos e veículos elétricos. E, segundo o governo de Volodymyr Zelenski, a Ucrânia possui por volta de 450 mil toneladas desse mineral.
O titânio, outro mineral raro, utilizado na área mecânica, na construção de motores de aeronaves e foguetes, também é altamente cobiçado pelas grandes potências mundiais.
De acordo com estudos realizados pelo ISW (Instituto de Estudo da Guerra) os territórios ucranianos onde estão concentrados a maioria dos minerais raros, estão sob domínio ou invasão russa.
Na imagem abaixo, são as áreas sinalizadas em vermelho.
Áreas de cidades ucranianas sob controle russo – 30 de abril de 2025 (Foto: reprodução/ISW)
O acordo firmado entre EUA e Ucrânia, para exploração desses territórios por parte do governo americano, em partes, retira a dependência dos EUA de países asiáticos, uma vez que a guerra comercial entre EUA e China não tem previsão de término momentânea.
Os próximos passos e desdobramentos da assinatura deste acordo e como a Rússia se portará diante dele, serão conhecidos nos próximos dias, fazendo com que as atenções mundiais se voltem a esta questão.