Aeronave movida a hidrogênio líquido é testada por startup alemã

Helena Espírito Santo Por Helena Espírito Santo
4 min de leitura

Na última quinta-feira (07), foi realizado, com sucesso, o primeiro voo pilotado do mundo de uma aeronave elétrica constituída com hidrogênio líquido. Os testes foram da empresa H2FLY, subsidiária da Joby Aviation.

 

H2FLY

A startup alemã foi adquirida pela fabricante aeronáutica norte-americana Joby Aviation em 2021, é um dos precursores da indústria no desenvolvimento e teste de sistemas de propulsão para aviação a hidrogênio. O local escolhido para a fase de testes foi em Maribor, na Eslovênia, com o avião de demonstração batizado de HY4.

 

Hidrogênio líquido 

Nessa data, o teste durou bem menos (cerca de 10 minutos) do que nos dias anteriores em que chegou a estar sobrevoando por mais de três horas, com um sistema de propulsão de célula de combustível hidrogênio-elétrica e o hidrogênio líquido que a abasteceu durante toda a viagem, nesta foram utilizadas 10kg de hidrogênio.

Caso tivesse acabado a capacidade total deste combustível, que é de 24kg, ela ainda continuaria no ar por mais 8 horas.

O sistema desenvolvido pela H2FLY baseia-se em armazenamento de hidrogênio líquido e é conservado criogenicamente, em vez de hidrogênio gasoso, o que permite pesos e volumes de tanques razoavelmente mais baixos, levando a uma maior conquista. Isto ocorre, pois o líquido é mais denso em energia que o componente gasoso. Neste armazenamento de hidrogênio líquido há um conversor de energia de célula de combustível de 120kW e um motor elétrico.

 

Vantagens do combustível

O sucesso dessa expedição gera uma alta expectativa em voos comerciais futuros, pois a instalação e a demonstração bem-sucedidas de voo com hidrogênio líquido aumentarão a distância da aeronave de demonstração HY4 da H2FLY de 466 mi (750 km) para 932 mi (1.500 km), estabelecendo um passo decisivo rumo à descarbonização da aviação de média e longa área.

“Nos próximos anos, os sistemas de propulsão elétricos a bateria e a hidrogênio nos permitirão construir aeronaves mais silenciosas e tornar possíveis viagens aéreas de médio a longo alcance com zero emissões. É fundamental que tomemos medidas agora e invistamos agressivamente nestas tecnologias para a saúde do nosso planeta e das gerações futuras”, disse JoeBen Bevirt, fundador e CEO da Joby Aviation.


JoeBen Bevirt, fundador e CEO da Joby Aviation. (Foto: reprodução/Instagram/JoeBen Bevirt)


Vale ressaltar que a maior distinção relacionada a uma aeronave normal e de uma movida a hidrogênio, é a falta de vibrações e ruídos, além da falta de emissões de dióxido de carbono.

Apesar de todas essas vantagens, o fato de o hidrogênio líquido necessitar de temperaturas criogênicas (de cerca de -253°C), dificulta o transporte e o reabastecimento.

 

Futuro da H2FLY

Com tudo isso, a fase seguinte da startup será determinar o sistema de célula de combustível para capacidade de megawatts. O sistema H2F-175 irá desbloquear não apenas a maior distância, mas também altitudes maiores.

 

Foto Destaque: Aeronave. Reprodução/green future

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