Anunciantes do Twitter avaliam parceria após mudanças de Elon Musk

Bruno Vasques Por Bruno Vasques
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A Anti-Defamation League (ADL, “Liga Antidifamação”) está considerando encerrar sua parceria com o Twitter após mudanças na rede social. A recente reativação da conta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo a ADL, é perigosa e inconsistente. A organização também se fez contra a possível volta do rapper Kanye West ao Twitter.

Outras organizações patrocinadoras da rede social também se manifestaram contra as atitudes recentes de Elon Musk em relação ao Twitter. Por outro lado, não houve resposta da empresa ao pedido de reportagem da imprensa, porém, em seu site relacionado a publicidade, Musk diz que a empresa tem “relações frutíferas de longa data com grupos e organizações importantes de direitos civis, incluindo a NAACP (National Association for the Advancement of Colored People), ADColor e Anti-Defamation League”.

Musk se reuniu com a ADL no último dia 1°de novembro e afirmou que nenhum membro que foi banido do Twitter reingressaria até que um processo claro e transparente fosse instalado na empresa. Porém, o diretor da ADL, Jonathan Greenblatt, não teve muita confiança nas palavras de Musk e disse que “as decisões de Musk no mês passado levantam sérias preocupações”.


ADL acha que a parceria com o Twitter está ameaçada (Foto: Reprodução/ADL)


No último sábado (19), Elon Musk realizou uma pesquisa no Twitter perguntando se o ex-presidente Donald Trump deveria ou não ter sua conta desbanida. A pesquisa obteve mais de 15 milhões de votos, e para 52% das pessoas, Trump deveria voltar a rede social. Em seguida, o empresário fez um tweet dizendo que o povo manifestou a sua vontade e reestabeleceu a conta de Trump. O ex-presidente havia sido banido em 2021 por incitar a violência. O americano não pretende voltar ao Twitter.

“Esta decisão é perigosa e inconsistente com o que Musk havia indicado anteriormente ao nosso grupo. Isso nos obriga a pensar se ele está falando sério sobre proteger a plataforma do ódio, do assédio e da desinformação”, disse o diretor da ADL.

Já o caso do rapper Kanye West, ele foi banido em outubro de 2022 devido a uma postagem antissemita, porém, no dia seguinte, ele já estava tuitando para seus seguidores.

A NAACP está pedindo aos patrocinadores para que boicotem a rede social. O presidente da empresa, Derrick Johnson fez um tweet no domingo que dizia: “qualquer anunciante que ainda financie o Twitter deve interromper imediatamente toda a publicidade agora”.

Uma das principais anunciantes do Twitter, a Brand Safety Institute (BSI – Instituto de Seguranças de Marcas), disse em comunicado à BBC que a reputação do Twitter como parceiro louvável e confiável na luta pela segurança das marcas está ameaçada.

“Estamos desanimados com a mudança de abordagem escolhida por Musk e continuaremos a educar os anunciantes, e a trabalhar com as plataformas, sobre as opções que eles têm para oferecer experiências online saudáveis ​​para marcas e pessoas”, afirmou um porta-voz do BSI.

Outros dois parceiros do Twitter, a ANA (Associação de Anunciantes Nacionais dos EUA) e a 4As. A ANA diz que não comenta assuntos relativos a negócios específicos. Já a 4As afirmou que está observando o desenrolar da história e aconselhando seus membros.

 

Foto destaque: Parceiros do Twitter temem mudanças que podem ser perigosas com Musk. Reprodução/Reuters

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