Associada de forma negativa, a Deepfake ganha novos horizontes no entretenimento, saúde e marketing

Leo Costa Por Leo Costa
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As notícias falsas, mais conhecidas como fake news, são um enorme desafio da comunicação e da sociedade. Junto a essa situação, a Deepfake, que é um conjunto de técnicas que permite sintetizar sons e imagens de humanos por meio da IA (inteligência artificial), foi associada negativamente ao uso não ético.

 

Contudo, essa técnica tem seu lado bom, com utilidades que podem nutrir bons negócios e ampliar possibilidades para as empresas. O influenciador digital, humorista e jornalista, Bruno Sartori, vem acompanhando e evoluindo no uso da técnica, em que aplica a tecnologia com propósitos focados aos negócios e entretenimento. Ele recentemente desenvolveu, junto à agência Fbiz, para a Samsung, uma interação entre a apresentadora Maísa, do presente, com a sua versão infantil, do passado, recriando voz e expressões.


 

Vídeo promocional mostra as duas versões da Maísa.(Foto: Divulgação/Samsung)


“Geralmente, as pessoas pensam no mau uso da Deepfake quando esta tecnologia é o assunto. É uma preocupação bastante legítima, afinal, com ela é possível se criar conteúdo que difame qualquer pessoa. Entretanto, esse tipo de uso criminoso é punível pelo nosso ordenamento jurídico e futuramente, leis especiais para tratar do assunto provavelmente serão criadas. Aos poucos as empresas, principalmente de publicidade e entretenimento, estão percebendo o potencial da tecnologia e buscam formas criativas de utilizá-la”, diz Bruno.

 

A respeito do impacto positivo dessa inovadora tecnologia, Bruno diz que essa técnica é aplicada na área da saúde para analisar imagens e detectar diferentes categorias de câncer em uma tomografia computadorizada.

 

“Além disso, a indústria do entretenimento, em um futuro não tão distante, deverá transportar seus usuários para dentro de suas produções. Iremos assistir nossas novelas, filmes e seriados de qualquer serviço de streaming com a família e amigos atuando nesses conteúdos no lugar dos tradicionais atores. Isso com o envio de uma simples foto”, acrescenta.


Vídeo mostra a tecnologia em ação. (Vídeo: Reprodução/Samsung)


Esse impacto, também, ocorrerá na área de comunicação, de acordo com Bruno. Atualmente, a empresa do influenciador está desenvolvendo uma ferramenta para a realização de sincronia labial em vídeos.

 

“Com ela, poderemos ajustar a dublagem ao que é visto em cena, tirando o desconforto que normalmente algumas pessoas sentem ao assistir esse tipo de conteúdo e, também, facilitar a leitura labial realizada por surdos. Em paralelo, atendo empresas que desejam utilizar a tecnologia para produzir conteúdos inovadores.”

Sobre a barreira da língua, ele diz:

“A língua deixará de ser uma barreira entre pessoas de qualquer nacionalidade em chamadas virtuais. Será possível conversar com qualquer pessoa do mundo, em tempo real, falando seu idioma nativo”, explica.

 

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Icaro de Abreu, CCO da Fbiz, concorda haver uma percepção muito negativa da Deepfake, impedindo de perceber o impacto positivo.

“Infelizmente, o fake no nome da tecnologia atrapalha nossa percepção sobre seu impacto positivo. Dentre muitos, posso destacar, por exemplo, conteúdos mais acessíveis ou possibilidades de que pessoas com algum tipo de deficiência facial possam se comunicar de forma mais fluída, por exemplo. As possibilidades são inúmeras”, explica.

 

Foto destaque: Reprodução/Forbes

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