O termo Metaverso passou a ser amplamente noticiado e divulgado em diversos sites pelo mundo, em 2022. Para 2023, os especialistas apontam novidades em relação ao universo virtual que deve conquistar mais maturidade e buscar por aplicações práticas.
De acordo com Cairê Moreira, consultor de designer 3D e criador do avatar Princess Aiana e que foi destaque na lista da Forbes Under 30 2020 que divulga os mais brilhantes empreendedores, criadores e game-changers brasileiros abaixo dos 30 anos desde 2014, indica os desafios e oportunidades da tecnologia imersiva em 2023.
“O metaverso, como vem sendo idealizado nos últimos anos, não para em pé como esperado. Por motivos óbvios, de tecnologia, mas principalmente porque a gente não está lá ainda”, relata.
Para o consultor de designer 3D, essa tecnologia tem que ser mais aprimorada. “Precisamos dos cinco sentidos nesses ambientes, algo que, do ponto de vista tecnológico ainda é um grande desafio. Temos muito que evoluir em VR e outras necessidades de hardware, por exemplo”, diz.
Segundo Cairê, foram necessárias várias tecnologias que foram evoluindo até chegar aonde chegamos. “Assim como foi a internet, não houve um momento específico que dissemos agora vivemos na internet. Foram várias tecnologias que foram evoluindo até chegar aonde chegamos. Desta forma, com base nessa premissa, estamos no marco temporal do metaverso quando o digital passar a ser tão, ou mais, importante que o mundo físico.” continua.
Para Moreira, a melhor forma de unir o melhor do físico com o digital é a experiência digital. “Do ponto de vista de tendências, estou olhando para realidade virtual (VR) e realidade estendida. Porque a melhor forma de unir o melhor do físico com o digital é a experiência digital. E na união das lojas físicas e digitais isso tem sido muito relevante. A ideia de omnichannel continua mais viva do que nunca e ela nos ajuda a experimentar vários tipos de tecnologias e conceitos”, diz Cairê.
Cairê finaliza apontando que os avatares irão ganhar força no meio corporativo. “Essa parte da avatarização vai ganhar mais força no meio corporativo, tem muita gente que não gosta de abrir câmera em reuniões virtuais, por exemplo, e soluções recentes como do Teams que dão essa possibilidade, me parecem escaláveis. Já sobre os avatares do Instagram ou WhatsApp eu ainda tenho dúvidas se pegam ou não.”, finaliza Cairê.
Mark Zuckerberg interage com avatar no metaverso em conferência. Reprodução/Reuters
Muitos empresários do ramo já declararam entusiasmo por essa nova tecnologia, como o próprio Bill Gates que chegou a declarar em artigo publicado em dezembro de 2021, afirmando que, em menos de três anos, todas as reuniões de trabalho acontecerão neste tipo de ambiente digital. “Nos próximos dois ou três anos, prevejo que a maioria das reuniões virtuais se moverá das imagens de câmeras 2D para o metaverso, um espaço 3D com avatares digitais. O Facebook e a Microsoft recentemente revelaram suas visões para isso, o que deu à maioria das pessoas a primeira visão de como será”, escreveu.
Entretanto, o maior admirador atualmente é Mark Zuckerberg, dono do Facebook, Instagram e Whatsapp. Ele está apostando tanto nessa nova tecnologia da internet que trocou o nome de sua empresa, de Facebook, para Meta em outubro de 2021, durante o evento Facebook Connect.
“No momento, nossa marca está tão fortemente ligada a um produto que não pode representar tudo o que estamos fazendo hoje, muito menos no futuro. Com o tempo, espero que sejamos vistos como uma empresa ‘metaversa’, e quero ancorar nosso trabalho e identidade no que estamos construindo.” disse Mark Zuckerberg.
Zuckerberg deseja repetir o pioneirismo que teve no começo dos anos 2000, quando fundou a primeira grande rede social de sucesso, o Facebook. Ele declarou que esse é um projeto de longo prazo, que ainda vai levar uma década para ser desenvolvido. O principal metaverso da atualidade é o jogo Decentraland, em que os jogadores criam avatares e podem interagir entre si, por meio de mundo virtual paralelo.
Segundo alguns funcionários e ex-funcionários da empresa, o CEO da Meta está obcecado com o metaverso. Além disso, muitos estudiosos consideram a nova tecnologia como o futuro da internet, a próxima grande era de nossa vida online. No ambiente imersivo, toda a experiência seria 100% virtual, através de avatares que interagiriam entre si nesse novo ambiente.
O objetivo da Meta é conectar amigos e familiares, buscar comunidades e contribuir para o crescimento de várias empresas. O termo foi escolhido para significar “além”, justamente pois as tecnologias simbolizam ir além das restrições de telas, limites de distância e até da física.
Foto divulgação: Mark Zuckerberg durante conferência. Reprodução/Instagram