Nesta sexta, 26 de novembro, ocorre um dos principais períodos de consumo no Brasil: A Black Friday. Conforme os dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a data movimentará mais de R$ 3,5 milhões este ano, fundamental para o crescimento das vendas on-line. O e-commerce brasileiro, segundo Ebit Nielsen, cresceu 31% no primeiro semestre do ano, movimentando mais de R$ 50 bilhões. Com esse período de volume e intensidade de transações, é importante testar outros formatos de vendas, devido à concentração de transação.
Há alguns anos, a live-commerce é apontada como uma importante plataforma de conversão, aparecendo cada vez mais como estratégia das redes de varejo. Andrea Dietrich, consultora especializada em varejo, a pedido da Forbes Brasil, listou tendências promissoras, além de formatos e tecnologias testadas em outros momentos, dentro e fora do país, sendo relevantes na Black Friday deste ano.
Avatares
As marcas e seus avatares atuando como influenciadores vêm crescendo no país. Após o enorme sucesso da Lu, do Magalu, que se tornou uma referência nas interações virtuais, empresas como Amaro, Natura, Casas Bahia e Carrefour adotaram suas próprias personagens virtuais. Em outubro, a Riachuelo lançou três modelos virtuais. São elas Helô, Helen e Helena. Essas atuarão como porta-vozes, influenciadoras e assistentes de atendimento. Ainda nessa semana, a Sakito, persona digital da Sabrina Sato, foi anunciada e promoverá serviços, produtos e conteúdo.
Metaverso
Um dos temas mais falados nas últimas semanas, o metaverso junto à Black Friday acrescenta uma grande quantidade de ferramentas de interação, impactando na experiência do usuário ao consumir. Segundo Andrea,
“Ao invés de apenas acompanhar ao feed das redes sociais e fazer compras online nos sites, os consumidores, cada vez mais, têm a possibilidade de explorar espaços virtuais para experimentar, comprar e criar itens para avatares. De acordo com uma pesquisa da Shopify, os clientes que visualizaram um produto em realidade aumentada têm 65% mais probabilidade de fazer uma compra”.
Compras pelo metaverso promete revolucionar o mercado digital. (Foto: Reprodução/TecMundo/Shutterstock/Reuters)
Economia Circular
Para a especialista,
“Ao invés de comprar itens novos com desconto, que tal devolver algo que não serve mais e ter desconto em um novo contribuindo com a sustentabilidade? Essa foi a proposta da sueca Ikea, na Black Friday de 2020, que vem inspirando outras marcas. Eles compram de volta os móveis usados em troca de um cartão de reembolso Ikea para novos. Em seguida, revendem dando a chance para outra pessoa dar uma segunda vida e por um preço acessível”.
Hiper personalização
Segundo Andrea, devido a pandemia ainda persistir, isso faz com que ambientes físicos sejam um difícil desafio para muitas pessoas. Com esse cenário, a experiência de compra online também precisa melhorar.
“Isso potencializa o uso de plataformas que permitam maior precisão em experimentação, por exemplo. Segundo o Google, os consumidores têm 40% mais probabilidade de gastar mais do que o planejado quando as experiências são altamente personalizadas. Levar o provador virtual para o centro dessa experiência de compra é importante.”
Anti Balck Friday
Tendo em mente o propósito consumista do período, a Patagonia, marca de roupas, foi uma das pioneiras em levantar essa bandeira.
“No caso, ela criou uma ação fechando suas lojas nessa data, estimulando as pessoas para que, ao invés de comprarem, aproveitassem a vida outdoor. Alguns anos depois a marca doou 100% dos lucros da Black Friday para organizações ambientais sem fins lucrativos em todo o mundo. Esses movimentos de repensar o próprio consumo da ocasião serão cada vez mais reais e presentes na comunicação do período.”
Gamificação
“As ofertas podem ser descobertas e destravadas através do aplicativo da marca. Os participantes optam por receber uma mensagem de texto que os alertam sobre as promoções, para que possam agir com rapidez suficiente para pegá-los antes que se esgote.”
A Amazon, há dois anos, usa o Amazon Truck, com sua proposta de levar a loja para regiões específicas e praças com um número de produtos limitados, tendo ofertas através de um estímulo gamificado.
Conversational Commerce
“Foi-se o tempo em que a gente tinha que ficar ouvindo as ofertas num comercial de trinta segundos na televisão. A forma de contar sobre suas ofertas também pode mudar. Um audiobook no Spotify pode levar os clientes a imaginarem essas ofertas enquanto caminham, cozinham ou se exercitam e conectá-los ao WhatsApp para a conversão”, diz a especialista.
Quick Commerce
“Se uma das grandes tendências do e-commerce está nas entregas quase em tempo real, chegando a 10 ou 15 minutos, existe um desafio em como otimizar a cadeia para atender as necessidades nesse tempo. Conectar quem tem com quem está buscando é a premissa. Por geolocalização, pode-se integrar o WhatsApp das lojas para que avisem se possuem aqueles itens para ser
Foto Destaque: Reprodução/Forbes Brasil/Getty Images