Mercado mostra recuperação na escassez de chips após a pandemia

Alexandre Muniz Por Alexandre Muniz
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Nos meados de 2021, quando fábricas responsáveis pela fabricação de chips em larga escala concentradas na Ásia paralisaram suas atividades, e crises climáticas e socioeconômicas em outros países, fizeram despencar mundial a oferta do produto. Somados as paralizações da pandemia, home office e recesso nas aulas escolares, ocorreu um novo boom de consumo dos aparelhos eletrônicos, todos dependentes de chips que cada vez sumiam mais do mercado. As paralizações fizeram montadoras de veículos suspenderem ou diminuírem a carga de trabalhadores pela metade.

A principal escassez é de semicondutores, essências para 40% da produção mundial de veículos. Os chips possuem sistemas eletrônicos internos que funcionam como uma espécie de nanocomputador, enviando a informação para todos os circuitos que o constituem. Atualmente a produção desses componentes eletrônicos, indispensáveis para a maioria das inovações automotivas que surgem todos os anos, acontecem na Coreia do Sul, China e Taiwan.

Mas o mercado mundial dá sinais de melhora com a desaceleração da economia, e com a reabertura do porto de Xangai, fechado a dois meses, os produtos podem voltar a ser comercializados para o Brasil, diminuindo o persistente desequilíbrio de oferta e demanda instalado no começo da crise. Nesse mês a Volkswagen retornará com a jornada de trabalho integral para seus funcionários do Paraná, acompanhados dos trabalhadores do ABC que voltaram em setembro, empenhados na produção do modelo SUV T-Cross.


Modelo de chip utilizado na aparelhagem de quase todos os instrumentos eletrônicos (Foto: Reprodução/Revista Galileu) 


A tendencia no Brasil e no mundo é que a escassez por chips continue presente nas produções industriais, mas de forma mais branda, já que o número de empresas eletrônicas com a produção reduzida, é o menor desde a um ano e meio após a primeira paralização das fábricas por falta de insumos.

Em pesquisa realizada pela Abinee, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, mostra que 47% das fábricas de eletrônicos ainda sofrem atrasos na produção pela demanda de chips. Uma melhora considerável de quatro meses atrás, quando mais da metade do setor estava operando com produtividade reduzida, enquanto em 2021, quando metade das montadoras de veículos paralisou totalmente a produção.

Nesse ano a tendencia é de percentuais menores na paralisação parcial na produção das empresas. Cerca de 2% das fábricas de celulares, computadores e TVs interromperam parcialmente a produção em agosto. Mas o segmento continua com dificuldades em conseguir peças, a Nissan semana passada paralisou sua produção em Resende (RJ), e a montadora Honda anunciou que nessa segunda suspenderá por doze dias a produção em Itirapina (SP), a decisão é a segunda paralisação da empresa em menos de um mês.

Com a chegada da Black Friday e o Natal, as empresas estão aumentando seus estoques de insumos eletrônicos para atender a alta demanda dp periodo, desviando da escassez de chips, que é a menor em dois anos.

Foto destaque: Processador sendo instalado em uma placa de notebook Reprodução/Shutterstock Georgii Shipin

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