Nesta semana, na última terça-feira (14), foi divulgado um estudo na revista Frontiers in Marine Science que chegou à conclusão de que o barulho produzido pela mineração no fundo do mar em busca de elementos como níquel, cobalto e outros minerais pode interferir na capacidade de navegação e comunicação de animais como baleias e golfinhos.
Os detratores dizem que muito mais pesquisas são necessárias para determinar como a mineração em águas profundas pode afetar os ecossistemas aquáticos.
“Os sons produzidos pelas operações de mineração, inclusive de veículos operados remotamente no fundo do mar, se sobrepõem às frequências nas quais os cetáceos se comunicam” – diz o estudo, publicado na revista científica.
O maior animal vivo, a Baleia Azul, está no grupo de animais prejudicados. (Reprodução/Twitter)
Exploradores têm descoberto um enorme número de rochas, a profundidades de 4 a 6 quilômetros, ricas em minérios que podem ser utilizados em baterias. Diversas empresas vêm debatendo a ideia de aspirar esses nódulos do fundo do mar e processar seus metais para uso em baterias de veículos elétricos.
O estudo revisado por pares, financiado pela Umweltstiftung Greenpeace, um braço da organização ambiental, argumenta que são necessárias mais pesquisas para avaliar o risco que a mineração em águas profundas pode representar aos grandes mamíferos marinhos, embora os pesquisadores não tenham coletado dados de campo.
A ISA (Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos), um órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) sediado na Jamaica, deve aprovar a mineração em alto mar para águas internacionais já no próximo verão europeu. Líderes na França, Fiji, Canadá e Alemanha expressaram preocupação com a prática.
Os defensores da mineração em águas profundas dizem que isso reduziria a necessidade de grandes operações de mineração em terra, que geralmente são impopulares nas comunidades anfitriãs.
Foto Destaque: Baleia, um cetáceo, emergindo para respirar. (Reprodução/Twitter)