‘Partilha de custos’ justa entre bigtechs é tema quente no maior evento de telecomunicações do mundo

Ana Paula Sousa Por Ana Paula Sousa
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A semana de tecnologia em Barcelona já iniciou com mensagem clara das operadoras para as bigtechs, sobre a partilha justa dos custos de infraestrutura do setor.

Entre 27 de fevereiro e 2 de março, é esperada a passagem de mais 80 mil pessoas na Mobile World Congress (MWC), incluindo executivos do meio tecnológico, agentes de inovação e de regulação, que já podem esperar a pauta do ‘financiamento das estruturas de rede’ como umas das principais discussões entre grandes empresas de tecnologia e as empresas de telecomunicações da União Europeia.

Ainda na cerimônia de abertura do evento, representantes do setor de telefonia anunciaram sobre as mudanças tecnológicas esperadas para os anos seguintes, com a exploração do metaverso, da inteligência artificial e de um aumento expressivo na demanda de tráfego de dados, mas que no entanto, seria necessario a participação financeira de bigtechs nos altos custos que isso irá gerar.

A computação de nuvem mudou o patamar, mas não vai ser o suficiente com todo o tráfego que a Web 3.0 deve gerar“, reiterou José María Álvarez-Pallete, CEO da Telefónica e conselheiro da GSMA. “É hora de colaboração entre empresas de tecnologia, big techs e indústria. Colaborar significa todos partilhar o compromisso de forma justa“, completou.


Empresas de telecomunicação exigem pagamento de taxas por bigtechs (Foto:Reprodução/Teletime/Bruno do Amaral)


Thierry Breton, um dos líderes da telecom da União Europeia, já havia lançado na quinta-feira a consulta de “partilha justa”, onde as bigtechs custeariam com os gastos dos sistemas que lhes auxiliam a acessar consumidores. Entretanto, o esperado é que empresas como a Alphabet, Meta e Netflix usem o evento para contestar essas propostas.

Em um encontro que a Netflix conseguiu entre seu CEO, Greg Peters, e Breton durante a conferência, a plataforma argumentou que suas empresas já possuem investimentos pesados com infraestrutura e o pagamento de mais taxas prejudicaria o investimento em produtos que visam o benefício dos consumidores.

Mas apesar do descontentamento no meio tecnológico, empresas como Deutsche Telekom, Orange, Telefónica e Telecom Italia já estão na ativa para que bigtechs paguem as taxas.

 

Foto destaque: ‘Partilha justa’ de custos entre bigtechs é tema de debate na MWC. Reprodução/ divulgação/MWC

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