Pele e órgãos humanos são recriados pela Natura a fim de driblar o uso de animais em testes

Matheus Martins Por Matheus Martins
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A Natura, empresa brasileira voltada para cosméticos, em parceria com o com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) conseguiram recriar pele e fragmentos de órgãos humanos para realizarem a simulação em laboratórios a fim de testarem a reação a produtos e substâncias em desenvolvimento. O projeto recebeu o nome de “human-on-a-chip”.  

Esse estudo está sendo desenvolvido desde 2019 a fim de evitar o uso de animais para testes como estes, o que era bem comum anos atrás e sempre foi visto como absurdo pois eles eram muito maltratados. A Natura já não realiza testes e animais desde 2006 com aprovação do Programa Leaping Bunny, da Cruelty Free International, e da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).  Outra finalidade do sistema, que já faz parte dos testes de segurança realizados pela companhia, é a análise aprofundada para o desenvolvimento e a aprovação de matérias-primas originais da marca.  

Esse procedimento está atrelado a combinação de estruturas biológicas semelhantes aos órgãos humanos, que são fabricados em laboratórios, unidos de uma maneira que reproduza o funcionamento dos organismos. Um fluxo de líquidos e soluções, que simulam a corrente sanguínea, ativam esse sistema e faz com que seja possível a avaliação pelos cientistas e pesquisadores de um ingrediente cosmético tanto nos órgãos (parte de dentro do corpo) quanto na pele (parte de fora do corpo) ao mesmo tempo. 


Procedimento da reprodução do fluxo de sangue. (Foto: reprodução/ Forbes)


De acordo com Kelen Fabiola Arroteia, Gerente do Núcleo de Avaliação Pré-Clínica da Natura, e uma das profissionais envolvidas no desenvolvimento da nova metodologia, é possível que desafios adicionais venham com o processo de desenvolvimento de testes alternativos com a tática de criar matérias-primas exclusivas de nossa biodiversidade. Os ingredientes naturais quase sempre são misturas jamais vistas e complexas de compostos sem dados históricos em literatura e essa escassez e complexidade de dados requer a implementação e desenvolvimento de novas maneiras de se avaliar. 

Foto destaque: Projeto “human-on-a-chip” da Natura. (Foto: reprodução/ Forbes)

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