Com os avanços nas tecnologias tanto de captura de dados quanto de machine learning (IA), um beneficitário fora do senso comum costuma ser a seção de agricultura e pecuária, mas estima-se que seus efeitos no setor podem no futuro desencadear uma revolução no departamento de otimização que marque um novo período histórico do cultivo.
Embora seja comum pensar em avanços tecnológicos como a integração de robôs no trabalho, a automação pode ir além do campo mecânico para também o informacional, o que de fato constitui a estratégia central do que agora começam a chamar de agropecuária 4.0.
Revoluções no setor agropecuário, que é base da cadeia de produção, pode ter consequências na economia inteira (Foto: Reprodução/Lipso Kozerga/Pixabay)
História do cultivo
Podemos dizer que a primeira revolução de fato na agropecuária ocorreu com o processo de mecanização, desde o uso de tratores à colhedores de grãos, constituindo o que seria o agro “2.0”. Tratou-se de um desenvolvimento paralelo ao processo de industrialização, aumentando em muito a eficiência do cultivo.
Já a segunda revolução sem dúvida foi a Revolução Verde, que teve início na escala global entre as décadas de 1960 a 1970. Inaugurando o equivalente a um agro “3.0”, as novas tecnologias introduzidas foram desde o uso de fertilizantes e agrotóxicos, produzidos quimicamente em uma escala nunca antes vista, até o surgimento de sementes geneticamente modificadas (GMOs). Foram o resultado não de uma simples automação de processos anteriormente manuais, mas sim a integração de pesquisas científicas de forma inovativa e efetiva.
Hoje, esta terceira revolução que alguns especialistas dizem estar em curso, para o agro “4.0”, refere-se à integração das tecnologias digitais desenvolvidas que hoje já estão em funcionamento na internet e em computadores sob a forma de algoritmos e softwares que emulam a inteligência artificial. Trata-se de uma revolução não no cultivo em si, mas na administração de recursos e tomada de decisões, quando o processamento de um banco de dados pode ser realizado muito mais rapidamente por uma máquina do que por um ser humano, e com resultados consistentes.
O desenvolvimento exponencial das tecnologias do agro buscam acompanhar uma demanda sem precedentes na história (Foto: Reprodução/Pixabay)
Necessidade de adaptar
Grande parte da motivação por trás das novas invenções se deve à incerteza do futuro frente às mudanças climáticas e suas consequências imprevisíveis. Nunca foi tão importante para a agropecuária se revolucionar, especialmente quando a população global continua a crescer, com previsões de atingir 9,7 bilhões até 2050 segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
É o desafio de tentar aumentar a produção quando recursos, como terras aráveis e água doce, se tornam ainda mais escassos. Hoje, ainda a indústria tem de arcar com o êxodo de trabalhadores das zonas rurais para as cidades, e pode enfrentar maior frequência de secas e furacões nas décadas seguintes.
Foto destaque: Tecnologia pode mudar a indústria do agro. Reprodução/Evandro Rigon/Forbes/Getty Images