Luis Elizondo, ex-comandante do Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas (AATIP) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, acredita que os avanços tecnológicos foram fundamentais para abrir a conversa sobre objetos voadores não identificados (Ovnis). Em entrevista à CNN, o ex-oficial do Pentágono destacou que as novas gerações, mais dispostas e com acesso fácil à informação, estão contribuindo para que o tema deixe de ser um tabu.
O papel da tecnologia na discussão sobre ovnis
De acordo com Elizondo, o avanço da tecnologia tem permitido a democratização da informação e das imagens relacionadas aos Ovnis. Há 10 anos, muitas das imagens que hoje circulam facilmente pela internet eram restritas a órgãos governamentais e militares. Ele afirma que, com os dispositivos de hoje, qualquer pessoa pode tirar fotos ou gravar vídeos com qualidade, algo impensável há uma década.
A NASA já conduziu estudos para analisar Ovnis, inclusive com o uso de inteligência artificial. A maioria dos avistamentos foi atribuída a balões, drones ou fenômenos naturais. Embora alguns casos ainda não tenham explicação por falta de dados, não há evidência de origem extraterrestre.
O governo dos EUA é frequentemente acusado de esconder provas sobre o assunto. Um ex-agente da Força Aérea já chegou a afirmar que o país teria recuperado destroços de OVNIs e material biológico “não humano”, embora ele não tenha visto pessoalmente. Lembrando que OVNI significa “objeto voador não identificado” e não quer dizer, necessariamente, algo de origem extraterrestre.
Luis Elizondo afirmou que os ovnis são reais e que os EUA têm artefatos alienígenas em depoimento na Câmara dos Representantes, em novembro de 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@cnnbrasil)
A nova geração e a aceitação de um universo desconhecido
O ex-comandante norte-americano também destacou que as gerações mais jovens têm uma perspectiva muito mais aberta sobre o possível contato com formas de vida extraterrestre. Eles estão mais dispostos a abordar o tema sem o peso dos estigmas sociais e culturais que cercaram as discussões sobre o assunto no passado.
“A geração mais jovem, é muito mais aberta à discussão da realidade de que vida inteligente pode existir em nosso Cosmos. Agora percebemos que vivemos em um universo inimaginavelmente grande e complexo e estamos começando a ver sinais de que potencialmente há vida em outros planetas”, declarou Elizondo na entrevista.
O livro que pretende desmistificar os bastidores da caçada a Ovnis
Em abril, Elizondo lançou no Brasil o livro Iminente — Os Bastidores da Caçada do Pentágono a Óvnis, que detalha sua jornada à frente do AATIP. A obra, publicada pela Harper Collins, revela os bastidores dos estudos realizados por sua equipe no Departamento de Defesa dos Estados Unidos e os desafios que enfrentaram, como as pressões vindas de setores religiosos e das empresas aeroespaciais.