Patagônia, a região mais gelada da América do Sul, se transforma durante o verão no paraíso dos esportes radicais. Viajantes de todo o mundo a visitam em busca de experiências em meio à natureza, seja nos picos da Cordilheira dos Andes, no fundo do lago Nahuel Huapi ou nas florestas, geleiras e estepes preservadas há séculos.
Em Bariloche, na área do Parque Nahuel Huapi, o período sem neve permite explorar as montanhas — como o famoso Cerro Catedral — da maneira que o viajante preferir: de bike, montado num quadriciclo, ou simplesmente caminhando. Os abrigos de montanha da região formam a maior rede da América Latina, e servem tanto para o pernoite dos montanhistas adeptos das escaladas técnicas — como a das agulhas próximas ao Refúgio Frey — quanto para o descanso durante as visitas e selfies dos turistas que pretendem apenas fazer trekking e apreciar paisagens incríveis.
Nessa época também se pode praticar rafting, a descida de correntezas dentro de botes infláveis, em diferentes níveis de dificuldade, aproveitando o aumento do nível das águas causado pelo derretimento da neve das montanhas. Assim, os iniciantes podem fazer flutuação no Rio Limay (classe 1 e 2) enquanto quem possui alguma experiência pode aproveitar o rafting no Rio Manso Inferior (classe 2 e 3) e no Rio Manso até a fronteira com o Chile (classes 3 e 4, dificuldade média, para pessoas a partir de 14 anos). O rafting também é uma atração em diversos destinos da Patagônia, como em San Martín de Los Andes, no rio Chimehuin e no Hua Hum; e também em Esquel, no rio Corcovado. Para quem prefere percorrer as águas com mais calma, apreciando as paisagens, sozinho ou com a família, os caiaques também são uma constante nos rios e lagos patagônicos.
O arvorismo em Bariloche é uma experiência à parte para quem gosta de apreciar as paisagens sob um novo ângulo — e pode ser praticado por toda a família na área do Parque Nahuel Huapi. Há vários circuitos que permitem experimentar a natureza do alto de bosques com árvores de mais de 250 anos. O Canopy Bariloche, por exemplo, tem um percurso de 1.500 metros em tirolesas. Já para quem prefere as paisagens debaixo das águas, também há mergulho em diversos rios e lagos da região, com experiências para todos os níveis — dos mergulhadores certificados, que podem aproveitar paredões de até 50 metros de profundidade, até os turistas sem nenhum conhecimento prévio, que a partir dos 10 anos de idade podem fazer seu batismo nas águas patagônicas. As agências locais têm instrutores e fornecem todo o equipamento, que garante um mergulho confortável mesmo nas águas do lago Nahuel Huapi, onde a temperatura durante o verão fica na média de 14 graus.
No extremo Sul, seja em Ushuaia ou em El Calafate, caminhadas são a forma mais acessível de apreciar as paisagens, e são sempre muito bem sinalizadas em todas as rotas. Para quem busca dar um passo além e se aventurar fazendo trekking nas geleiras, as agências de turismo receptivo da região alugam equipamentos e oferecem guias habilitados. Nos diversos caminhos das florestas e estepes, também é possível respirar o ar puro montado em bicicletas ou pilotando quadriciclos. E, para chegar a paisagens ainda mais distantes, há diversas excursões em veículos 4×4 off road, levando a cartões postais como os lagos Escondido e Fagnano.
Um capítulo à parte é a cidade de Esquel, chamada de “Queenstown da Argentina”, em referência à cidade neozelandesa famosa pelos esportes radicais. Durante todo o ano ela recebe visitantes para trekking, rafting, mountain bike e escaladas, e no inverno atrai pelas pistas de esqui e snowboard. O Parque Nacional Los Alerces, localizado logo ao lado, ostenta árvores de mais de 2.600 anos de idade e trilhas inesquecíveis.
Foto Destaque: Reprodução