Polícia Federal pede quebra de sigilos bancário e fiscal de Michelle Bolsonaro

A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo bancário e fiscal da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Ação faz parte da investigação de indícios de venda ilegal de presentes de alto valor entregues durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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A investigação

Na última sexta-feira (11), a PF apreendeu materiais que auxiliam na operação batizada de “Lucas 12:2”, versículo bíblico que diz “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido.”.

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Entre os materiais apreendidos, estão:

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  • O celular do general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que está preso por suspeita de adulteração do cartão de vacina da própria família, do ex-presidente e da filha;
  • Um HD encontrado dentro de uma mala na casa de Mauro Barbosa Cid;
  • Mídias e computadores do advogado Frederick Wassef, que já defendeu a família Bolsonaro, e o segundo tenente Osmar Crivelatti, que também foi ajudante de ordens de Bolsonaro e hoje assume o posto de assessor pessoal na cota ao qual o ex-presidente tem direito.
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Segundo a PF, há fortes indícios de que os quatro investigados tenham realizado negociações ilegais envolvendo presentes recebidos por Bolsonaro durante viagens oficiais.

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Os presentes

De acordo com um documento divulgado pela Polícia Federal, até o momento, já foram identificadas as negociações e vendas de quatro conjuntos de joias e itens de valor:

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  • Um kit de joias da marca Rolex, contendo um anel, uma caneta, abotoaduras, um rosário e um relógio de ouro branco, presentes da Arábia Saudita em 2019;
  • Um conjunto da marca suíça Chopard, contendo uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio, presentes da Arábia Saudita em 2021;
  • Uma escultura de um barco dourado, sem identificação até o momento, e uma escultura de palmeira dourada, presentes do Bahrein em 2021;
  • Um relógio da marca Patek Philippe, possível presente do Bahrein também em 2021.
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Presentes recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro da Arábia Saudita em 2021 (Foto: Reprodução/CNN)

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Dois dos conjuntos precisaram ser recomprados após o Tribunal de Contas da União determinar que deveriam ser devolvidos.

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Os próximos passos

A perícia dos materiais apreendidos pela operação de sexta-feira (11) irá determinar os próximos passos a serem tomados pela Polícia Federal em relação à investigação.

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A PF espera encontrar mais informações que possam esclarecer o esquema, como rastrear o caminho do dinheiro obtido com a venda e descobrir a origem do dinheiro usado para a recompra. Também já foi pedido ao governo norte-americano acesso às informações da conta bancária do general da reserva Lourena Cid. Os investigadores também conseguiram acesso a um recibo que prova que, no final do mês de março, Mauro Cid sacou US$ 35 mil de uma conta em Miami no dia em que foi realizada a recompra de parte dos presentes para entregar ao TCU.

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Foto destaque: PF pede quebra de sigilo bancário e fiscal de Michelle Bolsonaro após investigação de venda ilegal de joias e presentes. Reprodução/Globo

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