A coagulação do sangue representa uma das defesas fundamentais do corpo humano. Ao nos ferirmos, o organismo entra em ação, interrompendo o sangramento para evitar hemorragias. Entretanto, para cerca de 14 mil pessoas no Brasil, cada pequena lesão implica um perigo iminente devido à falta dessa habilidade natural de coagulação. Esses indivíduos enfrentam a hemofilia, uma condição rara, hereditária e incurável que afeta o processo de coagulação sanguínea, tornando o corpo suscetível a sangramentos descontrolados.
A hemofilia representa uma luta constante para aqueles que vivenciam essa condição. Atividades simples, como caminhar, podem desencadear pequenos sangramentos internos que, para a maioria, são prontamente estancados pelo organismo. No entanto, para os hemofílicos, tais lesões passam despercebidas pelo sistema de coagulação, resultando em sangramentos persistentes que podem ocasionar danos significativos às articulações e até mesmo comprometer a mobilidade.
A falha genética nos cromossomos ligados à coagulação do sangue é responsável por essa condição, transmitida de mãe para filho. Dois tipos principais de hemofilia existem: A e B, cada uma associada à deficiência de uma proteína específica necessária para a coagulação. Geralmente, o diagnóstico ocorre na infância, quando os pacientes começam a apresentar facilmente inchaços e hematomas após pequenos traumas.
Ao longo dos anos, houve uma evolução no tratamento da hemofilia. No passado, os pacientes precisavam de transfusões sanguíneas para receber o fator de coagulação necessário, o que frequentemente resultava em complicações, como infecções por HIV e hepatite. Atualmente, a medicina avançou, e os pacientes podem receber o fator de coagulação de maneira mais segura, muitas vezes através de um medicamento injetável.
Entretanto, alguns pacientes desenvolvem uma resposta imunológica ao tratamento, o que os torna dependentes de medicamentos mais caros e complexos. Um desses medicamentos é o emicizumabe, que age como um substituto do fator de coagulação e é administrado por injeção subcutânea semanalmente.
Embora esteja disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com essa resposta imunológica específica, há uma demanda para que seja acessível a todos os que sofrem de hemofilia, devido à sua conveniência e menor frequência de administração em comparação com outras opções de tratamento.
Uma ampliação recente no acesso ao emicizumabe foi esclarecida pelo Ministério da Saúde, tornando-o disponível para uma gama mais ampla de pacientes com hemofilia. Entretanto, ainda é dada prioridade aos pacientes que não respondem adequadamente a outras formas de tratamento, garantindo-lhes acesso a opções eficazes e seguras para gerenciar sua condição, enquanto os recursos do sistema de saúde são alocados de forma eficiente.
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