Nova York pagará US$ 17,5 milhões por forçar muçulmanas a retirar hijabs

A cidade de Nova York aceitou pagar uma indenização de 17,5 milhões de dólares para encerrar o processo aberto pelas muçulmanas Jamilla Clark e Arwa Aziz em 2018. Elas afirmam que foram obrigadas a retirar o hijab - vestimenta religiosa usada sobre a cabeça – para fotografia ao serem presas por crimes de violação de ordens de proteção.

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A decisão foi protocolada nesta sexta (05), na corte federal de Manhattan, e cabe a juíza Analisa Torres aprovar.

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O caso

Muçulmanas realizando suas orações  (Foto: divulgação/ Embed from Getty Images)

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O processo relata que Jamilla Clark chorou na sede da polícia com o hijab pendurado nos ombros “Como muitas mulheres muçulmanas cujas crenças religiosas determinam que usem um hijab, a Sra. Clark sentiu-se exposta e violada sem o seu – como se estivesse nua num espaço público”, afirma o processo. Acrescentando que um agente da polícia zombou abertamente da fé muçulmana e que Clark foi ameaçada de processo por resistir à retirada do véu.

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Já sobre Aziz, o documento afirma que a mulçumana se sentiu arrasada quando sua foto foi tirada onde uma dúzia de policiais do sexo masculino e mais de 30 presidiários puderam vê-la.

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Quanto aos crimes, as mulheres dizem-se inocentes. Clark teria sido presa por violar uma falsa ordem de proteção apresentada por seu ex-marido abusivo que inventou as acusações para garantir o status de imigração como uma suposta vítima de violência doméstica. Arwa Aziz, em sua versão, foi presa por uma falsa acusação de uma cunhada vingativa.

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Frutos do processo

Em razão da denúncia das muçulmanas, desde 2020 homens e mulheres não são obrigados a retirarem sua vestimenta religiosa para fotografias ao serem fixados desde que seu rosto esteja exposto para identificação.Outras 3.600 queixas publicadas com o mesmo viés foram acatadas, resultando num acordo coletivo onde cada pessoa com o direito religioso violado receberá entre US$7,8 mil e US$13,1 mil.

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