Nos últimos doze meses, as vendas do medicamento Ozempic, destinado à perda de peso, aumentaram em 90%, desencadeando uma febre que tem impactos multifacetados no mercado. A aparente concorrência entre os medicamentos para emagrecimento e a indústria fitness gerou debates sobre o futuro do setor. Contrariando as expectativas iniciais, analistas sugerem que a febre do Ozempic pode, na verdade, impulsionar as ações do setor de fitness.
O remédio, que é indicado para pessoas com diabete, é febre para quem quer emagrece (Foto: Reprodução/Vindi)
O crescimento nas vendas de medicamentos injetáveis GLP-1, como Ozempic e Wegovy, provocou flutuações nas ações de fabricantes de alimentos menos saudáveis, enquanto as empresas fitness mantiveram uma trajetória mais estável. Analistas de Wall Street argumentam que os usuários desses medicamentos estão mais propensos a investir em sua aparência e bem-estar, resultando em um possível impulso para o setor fitness.
Pesquisas recentes da Morgan Stanley indicam um aumento significativo na prática semanal de exercícios entre aqueles que iniciaram regimes de perda de peso com GLP-1s. Analistas, como Simeon Siegel, da BMO Capital Markets, e Korinne Wolfmeyer, da Piper Sandler, concordam que os medicamentos têm o potencial de estimular o uso de academias, à medida que as pessoas buscam manter a perda de peso.
Grandes academias nos Estados Unidos estão antecipando essa tendência. O Life Time Group iniciou um programa piloto que incorpora a entrega de injetáveis através de profissionais médicos internos. CEOs de empresas fitness, como Xponential Fitness, reconhecem o potencial dos medicamentos para impulsionar o crescimento do setor.
Além das academias, a febre do Ozempic também pode impactar positivamente outros setores relacionados à aparência física, como o mercado de roupas esportivas e beleza. A expectativa é que as mudanças psicológicas e físicas nos usuários desses medicamentos os levem a aderir ao estilo de vida saudável, impulsionando as vendas desses setores.
No entanto, apesar dos ganhos expressivos nas vendas dos medicamentos Ozempic e Wegovy, é necessário cautela ao incorporar as mudanças de comportamento do consumidor nos modelos de avaliação das empresas fitness. A Planet Fitness, por exemplo, ainda está avaliando o impacto, enquanto analistas do Bank of America destacam o efeito positivo dos medicamentos como um fator motivador para a classificação de compra de suas ações.
Em resumo, a febre do Ozempic parece ser um fenômeno que, ao invés de prejudicar, pode impulsionar o setor fitness, gerando oportunidades para inovação e adaptação à nova dinâmica do mercado de perda de peso. O impacto total dessas mudanças continuará a ser monitorado à medida que a indústria busca compreender e capitalizar essa tendência emergente.
Foto destaque: Setor de esporte e de beleza podem ser afetados pela Ozempic. Reprodução/Metrópoles
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