Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, tentou vender um relógio Rolex que o ex-presidente recebeu durante visita oficial à Arábia Saudita por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil no câmbio atual). O relógio em ouro cravejado de platina e pedras preciosas, oferecido pelo rei da Arábia Saudita, Salman Bin Abdulaziz Al Saud , foi entregue a Bolsonaro no dia 30 de outubro de 2019, juntamente com uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um masbaha - terço islâmico.
Relógio Rolex que Bolsonaro recebeu do regime saudita (Foto: reprodução/Estadão)
Em mensagens de e-mail divulgadas pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (4), não mostram com quem o ex-ajudante estava negociando. Segundo o relatório, Mauro Cid era correspondente na época de Maria Farani, que era assessora da Agência de Inteligência ligada ao gabinete pessoal de Bolsonaro.
Um dos documentos em poder da CPMI mostra uma troca de mensagens em inglês entre Cid e uma interlocutora em 6 de junho de 2022. "Olá, Mauro, obrigada pelo interesse em vender o seu Rolex. Tentei falar com você por telefone, mas não consegui. Pode, por favor, me falar se você tem o certificado de garantia original do relógio? Quanto você espera receber por essa peça? O mercado para Rolex usados está em baixa, especialmente para relógios cravejados de platina e diamante (já que o valor é tão alto). Só queria me certificar de que estamos na mesma linha antes de fazermos muita pesquisa. Espero ouvir notícias suas”.
Cid então especifica um preço negociável para o Rolex e garante que o relógio não foi usado por outra pessoa. “Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado. Pretendo receber por volta de $ 60.000 pela peça. Agradeço o retorno rápido”.
O conjunto foi devolvido pelos advogados do ex-presidente em abril deste ano, depois que a Polícia Federal abriu uma investigação sobre funcionários do governo que tentavam contrabandear outro conjunto de pedras sauditas no valor de 5 milhões de reais que havia sido apreendido pela Receita Federal no aeroporto de São Paulo, em Guarulhos. Após a apreensão, Cid comandou uma operação para reaver as joias por ordem de Bolsonaro. Em vários depoimentos, ele admitiu que a tentativa foi feita por ordem dele.
Foto destaque: Mauro Cid. Reprodução/UOL
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