O Brasil enfrenta uma preocupante escalada nos casos de dengue, com mais de 217 mil ocorrências registradas nas quatro primeiras semanas de 2024, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (30). O número é mais que o triplo das notificações no mesmo período no ano anterior, totalizando 65.366 casos em 2023.
O painel de monitoramento de arboviroses do governo revela uma situação crítica, com 15 mortes já confirmadas pela doença em 2024, enquanto 149 óbitos ainda estão sob investigação. Em comparação, o ano de 2023 teve 41 mortes registradas no mesmo período.
A dengue é considerada pelo Ministério da Saúde como a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a doença apresenta desafios recorrentes para as autoridades de saúde.
O aumento alarmante de casos é atribuído a diversos fatores. O Ministério da Saúde destaca a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas, possíveis efeitos do El Niño, além do ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.
Em entrevista ao podcast "O Assunto", Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explicou que epidemias de dengue são normais de tempos em tempos, sendo influenciadas por diversos fatores como o aumento de temperatura, chuvas intensas e a presença do El Niño. Ele alerta que, com o verão, chuvas e ondas de calor, o pico das epidemias é esperado para o final de março e início de abril, indicando uma possível piora no cenário.
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS) para combater a dengue. Com aplicação prevista para começar em fevereiro deste ano, o governo divulgou a lista das cidades que receberão o imunizante.
Com doses limitadas, o governo optou por vacinar prioritariamente adolescentes de dez a 14 anos, considerados o grupo com maior número de internações pela doença. A escolha inclui municípios de grande porte e com alta transmissão do tipo 2 de dengue, abrangendo também cidades próximas em regiões de saúde.
A vacina Qdenga (TAK-003), desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovada pela Anvisa em março de 2023. Com vírus vivos atenuados da dengue, o imunizante induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus. Administrada em duas doses, com intervalo de três meses, a vacina surge como uma esperança para conter a propagação da doença.
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