O polêmico caso do hacker Walter Delgatti que ocorre desde início deste ano, parece estar mais próximo do final e nada favorável a ele, já que a Polícia Federal (PF) constatou que o dinheiro repassado pelo ex-assessor da deputada Carla Zambelli (PL-SP), Renan Goulart ao hacker não tem ligação com a violação dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As transferências feitas via Pix, que totalizaram R$ 10,5 mil, foram para pagar garrafas de uísque, de acordo com parte do relatório divulgado da investigação.
Uma parte do relatório diz: “Os elementos colhidos sustentam que Walter Delgatti Neto forneceu garrafas de uísques a Renan Cesar Silva Goulart e este, por sua vez, as revendeu, no todo ou em parte, a Luan Rocha Brito“
Conclusão
Esse desfecho feito pela polícia federal contraria a versão dada por Walter. Na época, o hacker afirmou que o dinheiro foi uma forma de pagamento para invadir “qualquer sistema do Judiciário“, segundo depoimento para a PF.
Em fevereiro, o ex-assessor de Carla Zambelli, Renan Goulart, fez transferências via Pix para o hacker Delgatti, porém, nada comprometedor foi confirmado. O assessor atualmente trabalha com o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), irmão de Carla.
A defesa de Walter declarou que ele havia recebido cerca de R$ 40 mil para tentar invadir sistemas do Judiciário. Porém, a investigação feita pela Polícia Federal constatou apenas aos R$ 10,5 mil. O advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, afirmou que a quantia restante teria sido entregue em espécie, em São Paulo.
Ariovaldo Moreira e Walter Delgatti. (Foto: reprodução/ Uol)
A investigação, que está próxima do final, não encontrou qualquer índice de que a deputada, Carla Zambelli, tivesse conhecimento das invasões aos sistemas judiciários ou das transações de seu então assessor, e Walter.
Walter Delgatti e deputada Carla Zambelli. (Foto: reprodução/ Twitter /@zambellicarla2 /G1)
Versão de Walter
Em junho deste ano, ele afirmou que teria feito parte do esquema de violar o sistema judiciário, com o objetivo de expor as fragilidades do sistema, e com a intenção de depreciar o sistema eletrônico de votação.
Ele ainda disse que a deputada pediu que se por ventura ele não conseguisse invadir as urnas eletrônicas, o hacker deveria procurar por “diálogos comprometedores” envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O hacker respondeu a ela, dizendo que poderia inserir um mandado de prisão contra o ministro no sistema do CNJ.
Foto Destaque: Walter Delgatti dando seu depoimento (reprodução/ Bruno Spada/ Câmara dos Deputados/ Brasil de Fato)