Segundo a palestrante e especialista em transformações digitais, Martha Gabriel, vive-se o início da era da democratização da IA, tornando 2023 um verdadeiro “game changer”. Apesar desse universo ter começado há mais de 7 décadas, a tecnologia não está mais na mão de uma elite privilegiada.
O lançamento da ferramenta ChatGPT no final do último ano inaugura, talvez, “a maior revolução cognitiva da nossa história”. A autora de livros como “Inteligência Artificial: Do Zero ao Metaverso” e “Você, Eu e os Robôs: pequeno manual do mundo digital” aborda aspectos importantes relacionados à IA.
O que exatamente é
A intelectual define como a “capacidade de um computador ou máquina realizar tarefas que normalmente exigiria a inteligência humana”. Isso significa, por exemplo, entender um sistema de linguagem, aprender com experiências, resolver problemas e tomar decisões.
A tecnologia viria para auxiliar o ser humano nesses problemas tão inquietantes. A ideia não é “substituí-lo, mas ampliá-lo”, a estudiosa complementa.
Transformações produtivas e profissionais
O setor industrial é bastante afetado, na medida em que seus paradigmas produtivos são modificados. O ser humano não é a mais a força primordial.
As novas ferramentas computacionais e as tecnologias de informação, conexão e comunicação possibilitam uma maior inovação em produtos e serviços. Já que o maquinário consegue proporcionar uma manutenção preventiva, um controle de qualidade maior, uma flexibilidade e uma personalização também superiores, e uma abundância energética, o foco dos indivíduos agora fica na criatividade durante o processo de produção.
Martha Gabriel acredita que o diferencial está “na melhor ideia, no melhor conceito, na melhor concepção, e na melhor integração”.
Será preciso uma rápida e contínua adaptabilidade do trabalhador do século XXI, de acordo com a especialista. Na busca pelo que a IA é incapaz de fazer, ela destacou o próprio uso da inteligência artificial, as “soft skills”, capacidades ligadas ao comportamento e o pensamento crítico.
Mais do que nunca, a recapacitação profissional precisa ser o foco para empregadores e empregados, sobretudo em áreas com volume de dados, padrões previsíveis, personalizações, análises, e com escalas.
A brasileira Martha Gabriel é autoridade quando o assunto é IA (Foto: reprodução/Instagram/@marthagabriel)
Outro desafio
A questão ética da inteligência artificial é outra questão central. Para que não se gere mais desigualdades, os processos de criação e a educação das novas tecnologias precisam passar por regulações, monitoramentos, participação diversa e inclusiva, sendo também transparentes, segundo Martha Gabriel.
Inclusive, essas medidas estão atrasadas, pois a evolução e implementação da IA ultrapassou muitos níveis.
Posicionamento brasileiro
De modo geral, a política brasileira se limita ao consumo da inteligência artificial, deixando a hegemonia nesse campo para países como os EUA e a China.
Foto Destaque: IA e a maior revolução cognitiva de toda a história (Reprodução/Phone House)