Moradores de bairro que pode colapsar protestam em Maceió

Editoria Imag Por Editoria Imag
3 min de leitura

Nesta sexta-feira (1), moradores de Flexal de Baixo e de Flexal de cima – comunidades que ficam no bairro de Bebedouro – protestaram contra a orientação da Defesa Civil de Maceió de deixarem suas casas. Isso porque Bebedouro fica próximo ao Mutange, bairro que abriga mina da Braskem que pode colapsar a qualquer momento. O estrago previsto será um buraco do tamanho do Maracanã.

O que reivindicam os moradores

Diante do risco iminente de desabamento da mina localizada no Mutange, a Defesa Civil de Maceió orientou que os moradores de bairros próximos deixem suas casas e se abriguem em escolas municipais. Os habitantes da região, entretanto, esperam realocação desde 2019, quando já estava sob alerta.

Os manifestantes ocuparam as ruas por volta de 12h30 e bloquearam o trânsito com pneus e galhos de árvores, comprometendo a estrutura do metrô e do VLT. Eles pedem indenização por parte da Braskem e se recusam a ter que deixar suas casas.

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) comunicou que o transporte não vai operar na sexta e no sábado, pois será necessário reparar os danos ocorridos nas vias durante o protesto.


Post no X de internauta indignada com situação de moradores


Início dos problemas no Mutange

Em 2018, áreas perto da mina de sal-gema – matéria prima de PVC  e soda cáustica – localizada no bairro Mutange começaram a sofrer com rachaduras e até tremores de terra. Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou as suspeitas de que a mineração na região é que estava causando esses problemas.

A partir de então, 14 mil imóveis tiveram que ser desocupados e cerca de 55 mil pessoas foram evacuadas de suas casas. Outros bairros localizados nas proximidades também receberam ordens e orientação de evacuação, dentre eles, o Bebedouro.

Possíveis consequências do colapso

Após novos tremores, que ocorreram no mês passado, a Defesa Civil emitiu um alerta para o colapso da mina da lagoa Mundaú. Caso a mina ceda, poderá ser feita uma enorme cratera que formaria um lago de 8 a 10 metros de profundidade. Com isso, áreas de mangues serão afetadas, com enormes prejuízos ao meio ambiente.

A prefeitura declarou estado de emergência, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, anunciou que o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e o ministro dos Transportes, Renan Filho, vão acompanhar o caso de perto. 

 

Foto Destaque: pichação em muro de Maceió revela descontentamento de moradores com mineradora (Reprodução/Twitter/@JamilleSara1)

Deixe um comentário

Deixe um comentário