Os líderes dos países-membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – e de alguns Estados associados, se reúnem nesta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, para a cúpula do Mercosul, atualmente presidida pelo Brasil. Espera-se que, durante o encontro, alguns acordos comerciais sejam firmados, além de avanços em outros acordos que estão estagnados. Vale ressaltar que a Venezuela, que se associou ao bloco em 2006, está suspensa do Mercosul desde 2016, por ter quebrado os termos do Protocolo de Adesão.
Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (ajoelhado) e outras personalidades na abertura da cúpula do Mercosul (Foto: reprodução/João Risi/Audiovisual /PR)
Novas e antigas negociações
Entre os acordos previstos, o mais esperado é com a União Europeia (UE), que está em negociação desde 1999, oito anos após a criação do bloco. Esse acordo, que teve sua fase inicial finalizada em 2019 e atualmente passa por revisão, prevê melhorias nas transações comerciais entre membros dos dois blocos. Por exemplo, o imposto sobre importações cairia em quase 90%, dependendo do produto. Contudo, algumas cláusulas impostas pelos membros da UE não foram bem recebidas pelos países sul-americanos, como, por exemplo, a imposição de sanções caso os países do Mercosul não cumpram suas metas ambientais. O presidente Lula vem dialogando com Emmanuel Macron, presidente francês, que se opõe à assinatura do acordo.
Um outro acordo, que será assinado no dia de hoje, é com Singapura, país do sudeste asiático que recebe a maior parte das exportações brasileiras de combustíveis, além de consumir carnes suínas, metais e derivados de petróleo. Esse acordo pode gerar um acréscimo de quase R$ 30 bilhões no PIB brasileiro durante as próximas duas décadas.
Outros acordos ainda em negociação são com Canadá, a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA), Indonésia e Vietnã.
Representantes dos países membros posam para foto na abertura da 62ª Cúpula do Mercosul (Foto: reprodução/Pilar Olivares/REUTERS)
Admissão de novo membro
Cinco anos após a suspensão da Venezuela, o Mercosul promoverá hoje um Estado associado ao nível de Estado membro: a Bolívia. O Protocolo de Adesão do país governado por Luis Arce, e que está como associado desde 1996, será assinado pelos outros países membros durante a cúpula.
Foto destaque: Presidente Lula discursa na cúpula do Mercosul que ocorreu na Argentina (Reprodução/Ricardo Stuckert/PR)