Ronin perde US$ 615 milhões em ataque hacker

Diego Alves Por Diego Alves
4 min de leitura

A Ronin, dona do NFT Axie Infinity, sofreu um roubo de 25,5 milhões de tokens USD e 173.600 tokens de ether em um ataque de criminosos. Esse foi registrado como um dos maiores ataques a ativos digitais dos sistemas blockchain, que sofreram uma perda de aproximadamente US$ 615 milhões.

Após o ataque, a Ronin se pronunciou, dizendo em um comunicado que foram usadas chaves privadas roubadas, em outras palavras, utilizaram as senhas necessárias para acessar recursos em criptomoedas. Esse acontecimento resultou em discussões voltadas para a segurança dos cryptogames, como também o nível de segurança das redes de blockchain relacionadas a fundadora de uma das maiores comunidades de Axie Infinity no Brasil e CEO da SP4CE, Heloísa passos, disse em um depoimento que quando o assunto é blockchain, há um volume significativo de validadores e, com isso, uma rede de segurança. “No caso do Axie Infinity e desse roubo em especial, havia apenas nove validadores e a maioria era centralizada, estando coligada com a Sky Mabis. Com isso, quatro foram corrompidos e o quinto liberou essa falha”, comentou Heloísa.

Luiz Octávio Gonçalves Neto, fundador da Dux Crypto, também comentou sobre o assunto: “O hack aconteceu na Ronin, uma blockchain própria da SkyMavis, desenvolvida a partir da blockchain do Ethereum. Essa infraestrutura foi criada para possibilitar a diminuição das taxas que os jogadores e investidores pagam ao participar do ecossistema do Axie Infinity. A blockchain, nesse caso, funciona como um livro de registro e validação das transações dentro do jogo. A questão é que, para garantir a segurança da rede, as blockchains usam diferentes modelos. Em resumo, o que aconteceu foi consequência da decisão da Sky Mavis pela centralização inicial do projeto. Quando o hacker conseguiu acesso aos poucos validadores, acabou extraindo esse valor”.


{slide}


Ainda houveram depoimentos de especialistas sob o nível de segurança. Heloísa começou falando que a quantidade de validadores em dinâmicas de Blockchain são o fundamento para aumentar o nível de segurança. “Não dá para possuir poucos validadores com o projeto do Axie Infinty, tendo um rombo de mais de meio bilhão de dólares. É muita coisa. Descentralizar é a solução, colocando os validadores para a rede, realizando um sistema de governança e inserindo o token do jogo para funcionar”.

A especialista continuou, falando dessa vez sobre a segurança pessoal dos jogadores em relação a esses casos. “É preciso tomar cuidado com as palavras-chaves. Temos que lembrar que a tecnologia Blockchain não é um banco que tem um suporte para ligar e estornar dinheiro. Alguns exemplos são guardar as palavras-chaves e não compartilhar com ninguém, ter cuidado com aparelhos de segurança que são mídia física, ter cuidado nos projetos, pois muitos ativam smart contrats para maliciosos sacarem dinheiro”

Luiz Otávio também deu seu selim sobre o assunto, fazendo o seguinte comentário: “sobre esse hack especificamente, não há nada que qualquer investidor pudesse fazer para se proteger, visto que foi um ataque à rede. No entanto, acredito que o time, investidores e todo o ecossistema do Axie Infinity e da Sky Mavis serão capazes de contornar o problema – seja entrando em um acordo de devolução com o hacker ou buscando outros meios para reaver os fundos ou cobrir as perdas. A Sky Mavis tem alguns dos profissionais mais competentes que atuam no mercado atualmente, e creio que o episódio será lembrado no futuro como um bom exemplo de gestão de crise e melhoria de estrutura.”, reforçou o fundador.

 

Foto em destaque: The Capital Advisor. (Reprodução/internet)

Deixe um comentário

Deixe um comentário