Divergências na metodologia explicam começo ruim de Paulo Sousa

Paulo Vítor Vieira Por Paulo Vítor Vieira
4 min de leitura

Após o ano de 2019 vitorioso, a torcida rubro negra criou a expectativa de ser criada uma dinastia na América do Sul. Mas nem o título brasileiro conquistado em 2020, conseguiu suprir as expectativas que foram criadas pela torcida há três anos.
Depois da saída de Jorge Jesus, Paulo Sousa é o quarto treinador que chega para comandar o elenco super estrelado do Flamengo. Há quatro meses no cargo, o português encontra resistência para implementar as suas metodologias e vê o time enfrentar dificuldades até diante de equipes inferiores.

O elenco rubro negro considera o processo de Paulo Sousa como rígido, a percepção é de que o trabalho é conduzido de forma abrupta e sem espaço para argumentações, o que causa insatisfação com os jogadores que não tem atuado e com quem tem sido escalado fora de posição. A metodologia aplicada também encontra resistência e gera desarmonia entre treinador e elenco.

Além da falta de oportunidade de medalhões, há insatisfação pela forma como foi conduzido o rodízio que levou a campo diversas escalações diferentes em 14 jogos do treinador até o momento. Jogadores como Hugo, João Gomes, David Luiz, Gabriel e Arrascaeta se tornaram quase intocáveis e estão sempre presentes nas escalações, enquanto outros nomes como Andreas, Thiago Maia e Marinho tem tido poucas chances no time titular.


Geração 85, um dos grupos que lideram o elenco rubro negro (Foto:Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)


Os atletas não se adaptaram ao formato de montagem do time, com treinos conceituais, a falta de uma formação principal também gera desconforto por parte do elenco, que recebe com desconfiança, Paulo entende que é uma forma de estimular a competitividade.

Outro caso de desavença entre elenco e a comissão técnica, é de Diego Alves e o Paulo Grillo. O goleiro e o preparador apenas se cumprimentam cordialmente nas atividades. Desde da chegada de Paulo Sousa, Diego Alves perdeu espaço e a contratação de Santos para o gol rubro negro deixou claro os planos do treinador em relação ao goleiro que foi um dos grandes nomes de 2019.

A braçadeira de capitão foi mais um ponto de discórdia entre treinador e parte do elenco. Buscando uma reformulação na hierarquia que havia nos últimos anos, o técnico deseja que Gabriel ocupe o posto de capitão do time de forma definitiva, este processo gerou descontentamento nos líderes, insatisfação que ficou exposta até dentro de campo.
Até a temporada anterior, o processo da braçadeira era clara, enquanto estivesse em campo a faixa pertencia a Diego Ribas, Everton Ribeiro vinha em sequência, com Diego Alves e Arão sendo os escolhidos em seguida. Ao colocar Gabriel como prioridade para assumir a faixa, houve questionamentos se a postura do atacante fora de campo seria ideal para se tornar capitão. Durante algumas partidas deste ano, as divergências sobre quem usa a faixa de capitão ficaram claras até mesmo em meio ao Maracanã lotado, com jogadores se recusando a passar a braçadeira um para o outro diretamente.

A reunião para a final do Carioca demonstrou que não há uma ruptura completa no elenco, por outro lado o elenco rubro negro nunca esteve em tanta falta de sintonia como nesta temporada de 2022.

Foto Destaque: Paulo Sousa vive dificuldade com o elenco do Flamengo Reprodução/Marcelo Cortes/CRF

Deixe um comentário

Deixe um comentário