O líder norte-coreano, Kim Jong Un, fez declarações contundentes durante sua visita a fábricas de armas, pedindo o fortalecimento nuclear do país e alertando sobre a disposição de “aniquilar” a rival Coreia do Sul. As afirmações foram divulgadas pela agência de notícias oficial KCNA na noite de terça-feira (9), horário de Brasília.
As relações entre as duas Coreias atingiram seu ponto mais baixo em décadas, especialmente após Kim consagrar na Constituição a condição do Norte como uma potência nuclear e realizar diversos testes de mísseis balísticos intercontinentais.
Pyongyang adota postura rígida em relação ao Sul
Especialistas sugerem que as declarações de Kim indicam uma mudança significativa na abordagem da Coreia do Norte em relação ao Sul, adotando uma postura mais rígida e ultraforte. É a primeira vez que o líder norte-coreano refere-se ao Sul como seu “inimigo principal”.
Quase 50 países, incluindo os Estados Unidos, se juntaram à condenação da Coreia do Norte por supostamente transferir mísseis para a Rússia, violando as sanções da ONU. O regime norte-coreano é acusado de envolvimento no conflito entre Rússia e Ucrânia.
Kim Jong Un, à direita, não buscará reconciliação com quem considera “principal inimigo”, a Coreia do Sul, antes liderada por Moon Jae-In, à esquerda (Foto: reprodução/O Globo)
Coreia do Norte descarta reconciliação com o Sul
Kim Jong Un declarou que a Coreia do Norte não buscará mais a reconciliação e reunificação com a Coreia do Sul. As relações intercoreanas foram descritas como “uma relação entre dois países hostis e dois beligerantes em guerra“. O líder norte-coreano assegurou que o país não iniciará uma confrontação unilateral, mas também destacou que não tem a intenção de evitar uma guerra. Ele alertou que qualquer tentativa do Sul de usar forças armadas contra a RPDC resultará em medidas severas de aniquilação.
Desde o fim da Guerra da Coreia em 1953, as duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra, apesar do armistício. As declarações recentes de Kim Jong Un indicam uma situação ainda mais tensa, afastando a possibilidade de reconciliação e reunificação no curto prazo.
Foto destaque: analistas sugerem que declarações de Kim indicam uma postura rígida em relação ao Sul (Reprodução/Poder 360)