Operação prende dirigentes da Transwolff e UPBus por suspeitas de laços com o PCC

Para não prejudicar a população, a SPTrans deve tomar controle dos ônibus que eram anteriormente atendidos pelas empresas

09 abr, 2024
Foto Destaque: Ônibus na cidade de São Paulo (Foto: reprodução/Viatrolebus/Samuel Rocha)
Foto Destaque: Ônibus na cidade de São Paulo (Foto: reprodução/Viatrolebus/Samuel Rocha)
Ônibus na cidade de São Paulo.

Nesta terça-feira (9), uma operação realizada pelo Ministério Público de São Paulo resultou na prisão dos dirigentes de empresas de ônibus responsáveis pela Zona Sul da cidade: a Transwolff e UPBus. Em investigações da Gaeco que concluem após quase cinco anos, as empresas viraram suspeitas de lavar dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes para a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Até às 11h da manhã, a Polícia Militar cumpriu 52 mandatos de busca e apreensão, e a prisão de três dirigentes principais. Em um dos imóveis do dono da Transwolff, foram encontrados fuzis, revólveres, dinheiro, e joias. Além destes bens, todos os investigados também terão seus bens bloqueados por decisão judicial, o que soma um valor de quase R$ 600 milhões.

Enquanto as duas empresas de ônibus estão sendo investigadas, Gilmar Pereira Miranda, secretário executivo de Transporte e Mobilidade Urbana, já esclareceu que a situação será resolvida pelo governo: “Estamos no aguardo com relação à decisão judicial quanto as medidas que a SPTransporte precisa tomar.”


Operação prende dirigentes da Transwolff e UPBus por suspeitas de laços com o PCC
Armas encontradas na casa do dono da Transwolff (Foto: reprodução/Ministério Público de São Paulo/g1)

SPTrans

A gente não vislumbra, neste momento, qualquer substituição de operador,” Gilmar Pereira já afirmou. “Muito pelo contrário: a gente tem pessoal capacitado na SPTransporte, com expertise desde a época que já teve no passado necessidade de intervenção por má prestação.”

Ao que foi relatado, a SPTrans, estatal de transporte, vai conseguir atender ao serviço, substituindo a Transwolff e a UPBus sem afetar negativamente a população. As duas empresas atendiam cerca de 15 milhões de passageiros por mês, e atendiam de forma relativamente adequada os contratos que mantinham com a prefeitura, mas já havia um histórico de reclamações, falhas de operação, e outras denúncias de ligações com o crime organizado.

O secretário de Transporte clarificou: “Será mantido o emprego de todos os operadores, os veículos são de ótima qualidade, dentro do cenário brasileiro e até sul-americano, então a gente vai manter a operação da cidade de SP.

Presos

A operação do Ministério Público de São Paulo já resultou na prisão de três figuras-chave da Transwolff, que devem responder às acusações:

  • Luiz Carlos Efigênio Pacheco, dono da Transwolff.
  • Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff.
  • Joelson Santos da Silva, sócio que, segundo o MP, dava suporte ao esquema da Transwolff.

Ainda está foragido Silvio Luis Ferreira, sócio da UPBus, que a operação não conseguiu encontrar. Também foi preso Elio Rodrigues Santos, que não era alvo da operação, mas foi pego em flagrante portando arma de forma ilegal.

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