Jogadores e treinador do Flamengo não se calam diante caso de injúria racial em jogo da Libertadores

André Magdalena Por André Magdalena
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Mais uma vez vimos outro caso de injuria racial em competições sul-americanas. A vitória do Flamengo por 4 a 1 em cima do Olimpia (PAR), na última quarta-feira (11), em Assunção, no Paraguai, em jogo válido pelas quartas de final da Libertadores, ficou marcada não só pela goleada da equipe carioca, mas também pelas ofensas racistas proferidas contra os jogadores brasileiros. Houveram registros de gritos de “macaco” vindo dos torcedores paraguaios e Gabigol, um dos alvos, deixou sua declaração, cobrando atitude da Conmebol.


Olimpia x Flamengo: Gabigol comemora o segundo gol do Flamengo - Staff Images / CONMEBOLOlimpia x Flamengo: Gabigol comemora o segundo gol do Flamengo (Foto: Reprodução/Staff Images / CONMEBOL)


“Eu sofri também. Depois do jogo, tive que dar coletiva, atravessei o campo e discuti com o cara da Conmebol. Eles falaram que iam denunciar e não aconteceria mais. É muito ruim. Isso não existe mais. Ficamos tristes e não é a primeira vez. Aconteceram várias vezes comigo, com colegas e não gostamos.”, disse Gabigol. “Sabemos que eles acabam ‘passando um pano e segue o jogo’, mas sempre acho que isso não é certo. Espero que tomem uma decisão importante sobre isso, porque não é certo e todos sabem”, completou.

Alvos, o goleiro reserva Gabriel Batista e os laterais Matheuzinho e Rodinei chegaram a retrucar os ataques de alguns torcedores ainda no final da primeira etapa. Gabriel Batista foi o principal alvo e chegou a desabafar sobre o caso em suas redes sociais. Durante a transmissão da Fox/ESPN, foi relatado que os alto-falantes do estádio, na volta do intervalo, inclusive, pediram aos presentes que não houvesse atos ofensivos ou jogassem objetos no campo de jogo.


Gabriel Batista, goleiro do Flamengo, desabafa em seu Instagram sobre caso de injúria racial - Reprodução/Instagram

Gabriel Batista, goleiro do Flamengo, desabafa em seu Instagram sobre caso de injúria racial (Foto: Reprodução/Instagram)


Segue desabafo do goleiro Gabriel Batista:

“Grande resultado hoje. Primeiro passo foi dado!

Infelizmente alguns ignorantes da torcida adersária foram racistas comigo e com meus colegas.

Pleno 2021 e ainda somos obrigados a passar por isso.

É INACREDITÁVEL e LAMENTÁVEL que ainda exista esse tipo de postura e pessoas ruins e fracas de espirito.

NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PRA ISSO E NÃO NOS CALARÃO”

Renato Gaúcho quando percebeu que a situação havia continuado, avisou ao quarto árbitro e ao delegado da partida. No momento, o Flamengo ainda não se posicionou oficialmente sobre o ocorrido, mas o treinador fez questão de falar sobre o ocorrido na entrevista coletiva pós-jogo:

“Infelizmente tem acontecido no mundo isso, injúria racial. Cobrei muito do quarto árbitro, do delegado do jogo, passamos para a nossa diretoria. Eles vão tomar as devidas providências. Isso choca, isso entristece. É uma coisa muito triste, que acontece não só no Brasil, mas no mundo todo. Nós, profissionais, temos a chance de falar e nos manifestar. É importante cobrar isso para que as autoridades possam tomar as previdências. Agora, é com a diretoria do clube”

O  Flamengo enfrenta o Sport, domingo (15), às 16h (horário de Brasília), no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, válido pela 16ª rodada do Brasileirão. A partida de volta das quartas de final da Libertadores acontece na próxima quarta-feira (18), no estádio Mané Garrincha, em Brasília. A equipe carioca pode perder até de 3 a 0, que ainda sim se classifica para a semifinal da Libertadores.

(Foto destaque: Jogadores e treinador do Flamengo não se calam diante caso de injúria racial em jogo da Libertadores – Pool/Getty Images)

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