O Crime organizado detém poder sobre alguns bairros do RS, o que faz desses redutos, áreas de difícil acesso para a Defesa Civil prestar socorro às vítimas das enchentes. O coordenador do órgão, Luciano da Silva, que está no estado, relatou nesta quinta-feira (09), aquilo que está ocorrendo com a equipe de resgate, nesses locais. A ação de violência, como tiros a alvo, e furtos nas residências alagadas, fazem com que o resgate só adentre aos locais, com reforços da Polícia Civil, Polícia Militar ou o Exército.
A decisão de retomar aos resgates com o aparato de segurança, segundo a Secretaria de Segurança Pública do RS foi para evitar esses casos de furtos, roubos e delitos nos municípios.
Luciano da Silva em entrevista ao G1, relatou também que, a ação dos criminosos conta com o uso de Jet Ski, para entrar nas residências e saqueá-las. Essa atuação, segundo ele, dificulta o trabalho da equipe, visto que, “a gente levar até um tiro de graça.”
Violência e Furtos
A ação de violência por meio do crime organizado em bairros de cidades do RS, já era um alerta entre a equipe de resgate, mas, segundo o próprio coordenador do órgão, o que existe no momento, é a restrição do comparecimento da equipe, nesses perímetros, pois eles estão atirando contra o resgate. Ou seja, sem o devido policiamento à equipe, fica impossível prestar socorro às vítimas e continuar com o trabalho.
Defesa Civil faz um panorama sobre o RS
Os temporais que causaram as enchentes no RS deixam até o momento, 107 mortos, 136 desaparecidos e 374 feridos; entre o estado que conta com 497 municípios. Luciano da Silva deslocou-se de SP para o RS com a sua equipe, nessa segunda-feira (06), e deixou claro que essas não são as únicas dificuldades para operar no local. Ele aponta, por exemplo, que a cidade de Porto Alegre está 60% debaixo d’água; pessoas já perderam tudo; e não há abastecimento com água e energia elétrica.