Aos 87 anos, Washington Rodrigues carinhosamente apelidado de “Apolinho” , veio a óbito na noite desta quarta-feira (15), aonde estava internado em tratamento contra um câncer no Hospital Samaritano, localizado no Rio de Janeiro. Apolinho era jornalista e atualmente estava trabalhando como comentarista esportivo na rádio Tupi, além do seu grande trajeto como treinador do Clube de Regatas do Flamengo. Com a similaridade de ter partido na mesma noite em que seu clube de fascínio aplicou o placar de 4×0 no Maracanã pela disputa da Libertadores .
Notícia em tempo real para os ouvintes
Enquanto a bola ainda estava rolando no Maracanã, o narrador Luiz Penido ao qual estava executando a sua função no presente momento, sofreu um grande baque emocional, pois além de dividir as tarefas profissionais também era um amigo íntimo e admirador de Apolinho. O narrador enquanto estava extasiado discorrendo os gols e avanços feitos pelo Flamengo, recebeu a notícia e teve que narrar ao mesmo tempo para os ouvintes da rádio. Marcelo Barreto, colega em comum da Tupi, descreveu como foi o momento divisor de emoções para todos que estavam ali:
Num momento desse não tem como segurar a emoção. A gente vai aqui registrar como foi essa narração. Foi um baque emocional que ele (Luiz Penido) estava sofrendo ali naquele momento. Ter que colocar na voz a alegria de um gol. Claro que ele, profissional carimbado que é, ia encontrar uma maneira de comunicar para o torcedor do Flamengo, provavelmente homenagearia Washington Rodrigues. Mas não ter que narrar o quarto gol certamente deu um alívio para o Penido, diante dessa situação tão dramática de saber da morte de um companheiro de trabalho, de um amigo, de uma relação que vai muito para o nível pessoal – comentou Barreto.
Flamengo e Apolinho
Os estreitos laços com o Time começam desde novos na vida do Jornalista, ultrapassando sua paixão insaciável pelo Crf como torcedor , que por sinal sempre deixou explícito para o público. A convite de Kleber Leite como presidente em 1995, aceitou ser treinador do seu tão amado Flamengo e contou como foi aceitar uma proposta distinta da sua função como comentarista:
Estava jantando com o Vanderlei Luxemburgo, e o Kleber Leite me convidou para encontrá-lo em um restaurante. Imaginei que queria conselhos sobre o momento do time e fui preparado para sugerir a contratação do Telê Santana. Ninguém queria pegar o Flamengo. O papo varou a madrugada. Até que por volta das 3h30 havia um prato virado na mesa e sem uso.
O Kleber me disse que tinha um nome e pediu para que virasse o prato. Quando vi que era o meu tomei um susto e perguntei se ele estava brincando. Pensei rápido e aceitei, já que o Flamengo é uma convocação. Foi uma correria. Tinha que me desligar da rádio, TV, jornal. Tudo para evitar conflito.
Pego de surpresa e entusiasmo, contou com o apoio de Paulo César Gusmão e Artur Bernardes que depositaram esperança para que o novo treinador pudesse ser o novo pilar e unir o elenco dos jogadores novamente, entre eles Romário, Edmundo e Sávio. Mesmo não sendo um educador físico e muito menos tendo experiência na função, entre os 26 Jogos, 11 vitórias e 7 derrotas o time sob sua coordenação conseguiu chegar a final da SuperCopa dos Campeões da Libertadores e foi Vice-Campeão perdendo para a Independente da Argentina.