Inverno cripto: Um perigo para os NFTs

Diego Alves Por Diego Alves
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Os NFTs são um novo mercado de vendas de ativos que vem tendo sucesso devido à influência causada no mercado por permitir que mais trabalhadores autônomos ganharem sua própria renda vendendo artes, músicas, vídeos e outros. Mesmo assim, com a crise vivida pela criptomoedas, há um certo medo do que pode acontecer com os NFTs. Com a situação das criptomoedas, os NFTs também estão sofrendo pelo inverno cripto. A quantidade de vendas da OenSea, vendas de tokens do mundo e maior marketplace de compra, caíram de US$ 2,6 bilhões em maio, para US$ 700 milhões em julho. No mês de janeiro, essa quantidade era de US$ 5 bilhões.

De acordo com especialistas, o mercado de NFTs colapsou junto com as criptomoedas, que normalmente são utilizadas para pagar os tokens, em uma situação em que bancos centrais subiram os juros para combater a inflação, diminuindo o apetite dos investidores por risco. O Bitcoin por exemplo, é uma das criptomoedas mais famosas e mesmo assim teve valorização de 57% no primeiro semestre, enquanto o Ether caiu 71%.


Imagem da Bored Ape Yacht Club, a empresa de NFTs de macacos (Reprodução/Forbes)


A CEO e fundadora da InspireIP, Caroline Nunes, a plataforma de propriedade intelectual criada para facilitar o registro de marcas, direitos autorais e patentes no Brasil, usando o blockchain, diz que o chamado inverno cripto vem impactando diretamente os NFTs.

Estamos passando por um dos piores invernos crípto dos últimos tempos, e isso vêm impactando o valor da maioria das coleções de NFTs. Os números dos últimos meses estão assustadoramente baixo se compararmos aos US$ 12,6 bilhões de janeiro deste ano. No entanto, é importante que as pessoas entendam que o ciclo de produtos que utilizam tecnologia blockchain, como é o caso dos NFTs, independe do ciclo de finanças”, diz a CEO.

Mas NFTs possuem um potencial muito maior, não como fim em si mesmos, mas como uma tecnologia capaz de revolucionar o mercado em diferentes setores, como a indústria de ingressos ou a indústria de música, por exemplo. Esse não é o fim da Web3, como muitos estão dizendo. Talvez seja um momento para pararmos para refletir e amadurecer projetos que utilizem blockchain, usando casa vez mais os NFTs como instrumentos para aprimorar o mercado, e um pouco menos como meios de investimento a curto prazo”, explica Carolina, que diz que os NFTs ainda vão ser impactados pelas taxas baixas no universo cripto enquanto forem vistos como colecionáveis.

Já para o CEO e Founderda PurpleCats, Pedro Henrique de Lima, é importante olhar pro NFT além do modo comercial. “Além da especulação e visão de investimento, pois eles possuem uma aplicação muito mais abrangente e uma capacidade enorme de conexão do criador com o seu público. Talvez o caso mais recente seja o de Milton Nascimento, utilizando NFT para eternizar sua última turnê. Esse ingresso, tem uma história, assim como quem coleciona tampinha de garrafa, figurinhas da copa etc., existe um valor intrínseco e isso na minha visão é o verdadeiro valor de um NFT”.

Para Pedro, a crise da criptomoedas é uma oportunidade para novos projetos ganharem destaque no mercado. Sobre os NFTs, essa queda do mercado fez com que muitos ficassem com medo e também criassem teorias de que a “bolha estourou”, mas na verdade, segundo Pedro, o que está acontecendo é com essa baixa, estão sendo apresentados projetos que são mais consistentes e possuem um fundamento e uma utilidade.

 

Foto em destaque: imagem ilustrativa do conceito de NFT (Reprodução/InfoMoney)

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