Nesta terça-feira (28), o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, disseram que os ucranianos deveriam ter permissão para atingir locais militares russos, de onde mísseis são lançados contra a Ucrânia. A fala foi dita durante uma conferência de imprensa em Meseberg, na Alemanha.
“Apoiamos a Ucrânia e não queremos uma escalada (do conflito), isso não mudou. Deveríamos permitir que neutralizassem locais militares a partir dos quais os mísseis são disparados, locais a partir dos quais a Ucrânia é atacada, mas não deveríamos permitir que atingissem outros alvos na Rússia, locais civis ou militares”.
Emmanuel Macron
A Rússia reage
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reagiu afirmando que a proposta de deixar os ucranianos usarem as armas fornecidas pelos países ocidentais para atacar dentro da Rússia, poderia desencadear um conflito mundial.
Presidente ucraniano (Foto: reprodução/Anadolu Agency/Getty Images embed)
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, vem pressionando os países europeus para que o autorizem usar as armas fornecidas por eles, para se defender de ataques em território russo.
“A Ucrânia tem todas as possibilidades, dentro do direito internacional, para o que está fazendo. Isso tem de ser dito explicitamente. Acho estranho quando algumas pessoas argumentam que não deveria ser permitido que o país se defendesse e tomasse medidas adequadas para isso.”
Olaf Scholz
A Alemanha tem receios
Apesar dessas considerações, a Alemanha tem alguma resistência, temendo ampliar o conflito. Poderia interferir nas próximas eleições locais e estaduais na antiga parte leste comunista. As autoridades do país não forneceram os mísseis Taurus de longo alcance a Kiev, que poderiam atingir Moscou.
Sede da OTAN em Bruxelas, na Bélgica (Foto: reprodução/Omar Havana/Getty Images embed)
Jens Stoltengerg, secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em entrevista ao jornal The Economist, afirmou que os membros da aliança deveriam permitir que a Ucrânia atacasse a Rússia com armas ocidentais. Alguns membros europeus do grupo estão de acordo com Jens, já os Estados Unidos não.