Nesta sexta-feira (28), o Brasil enfrentou o Paraguai, ganhando de 4 a 1. Encantando todo o Allegiant Stadium, estádio em Las Vegas, Estados Unidos, Vinícius Jr. foi o jogador estreado da noite, jogando com o orgulho de seu país verde e amarelo.
Trocas necessárias
Dorival Júnior foi responsável pelo bom desempenho do jogo, promovendo mudanças na escalação do time. Wendell, o lateral, substituiu Guilherme Arana, enquanto Savinho substituía Raphinha. Esta troca resultou na garantia de maior espaço para Vini e Rodrygo até o gol adversário.
A troca de Wendell e Arana foi crucial para o jogo, já que o lateral joga de forma diferente, buscando espaços pelo meio junto de Gomes e Guimarães. No setor, Wendell tabelava com Vini e Paquetá, o que fez com que o setor estivesse mais espaço desde o começo.
Bruno Guimarães foi liberado por Dorival e entrou em campo, apesar de contar com mais um jogador em meio-campo. O meio-campista do Newcastle teve a liberdade necessária para contribuir mais ofensivamente e desempenhar sua função de criação. Isso permitiu que a bola viesse de trás até Paquetá, com Bruno Guimarães movendo-se e Wendell e Vini Jr. trocando de posição para desestabilizar a defesa do Paraguai.
Técnico Dorival dando instruções para o time brasileiro (Foto: reprodução/Getty Images embed)
A movimentação de Wendell foi fundamental: ele iniciou pelo lado, cedeu espaço para Vini e tentou criar triangulações com Bruno, como ilustrado na imagem acima. Quando nota que a bola está prestes a chegar perto da área, o lateral se abre, permitindo que Vinícius se movimente entre as linhas, nas costas dos volantes adversários. O Brasil conta com Paquetá e Rodrygo na área, e Savinho pronto para receber um passe invertido do outro lado.
Vini ganha espaço em jogo
Essa organização está muito mais bem distribuída e criativa do que contra a Costa Rica. Vini não está mais sendo marcado de perto devido a alguém que constantemente troca de posição com ele. Diferentemente de Arana, que não possui essa característica e prefere avançar pelo lado de forma surpreendente, quase como Savinho.
Após o movimento de Bruno, Paquetá segura a bola de costas e Vini circula novamente de forma incrivelmente livre até ficar cara a cara com o gol. O já conhecido “dois um”, uma triangulação simples que raramente é executada com sucesso… mas quando funciona, é um espetáculo de se ver e impossível de ser defendido. E não deu outra: gol!
Mathias Villasanti jogador do Paraguai disputando bola com Vinícius Jr. (Foto: reprodução/Getty Images embed)
“Trouxemos o Wendel por dentro, ele praticamente jogava como terceiro homem de meio, mas com liberdade para explorar corredores quando Vini estava aberto, ou quando Vini ia por dentro usava flancos. Passando João para o lado esquerdo, demos liberdade ao Bruno, o João segurava um pouco, o Enciso começamos a neutralizar o que eles tinham de melhor. Depois passamos Rodrygo ao lado direito para que ele aproximasse com Savinho, que estava isolado.“
Dorival
Dorival foi um dos pioneiros a adotar o movimento de trazer um lateral para o meio como uma surpresa, lá em 2015, quando contava com Victor Ferraz e Zeca no Santos. Em equipes bem-sucedidas como Flamengo e São Paulo, a função era desempenhada por Filipe Luís e Rafinha.
Planejamento de antemão
É importante notar que a liberdade de movimentação não surge aleatoriamente. Ela é resultado de um planejamento cuidadoso, de treinamento e segue uma estratégia coletiva para ocupar os espaços de forma eficiente. Por exemplo, em determinado lance, João se projeta à frente porque Bruno está recuado, enquanto Wendell se desloca para o meio de campo devido à presença de Vini na lateral. Essas posições não são fixas, permitindo que os jogadores alternem suas funções, desde que haja jogadores no ataque e na defesa para manter a fluidez do jogo.
Essas mudanças persistiram mesmo no segundo tempo, com Dorival promovendo alterações na equipe: Raphinha e Douglas Luiz substituíram Savinho e Bruno Guimarães. Em seguida, Andreas entrou no lugar de Paquetá e Endrick substituiu Rodrygo. Essa tática resultou em um 4-4-2 mais ofensivo, com os jogadores se movimentando, trocando de posição e mantendo a pressão sobre o adversário.