Menina de Ouro: Bia Souza conquista medalha de ouro do judô em Paris 

Camila Pazini Por Camila Pazini
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Foto de destaque: Beatriz Souza após vencer o duelo contra israelense durante a Olimpiada em Paris (Reprodução/Catherine Steenkeste/Getty Images embed)

A primeira medalha de ouro para o Brasil na Olimpíada de Paris demorou, mas quando chegou foi emocionante e simbólica. Em sua estreia nas finais dos jogos olímpicos nesta sexta-feira, a brasileira Bia Souza mostrou toda sua habilidade no tatame, desbancando sua adversária Raz Hershko, e subindo ao pódio para receber a sonhada medalha de ouro pela categoria acima de 78kg no judô. Essa é a terceira medalha do país na modalidade olímpica em Paris.

A vitória em tempo recorde 

Bia Souza fez sua estreia nos jogos olímpicos de forma impactante: além da conquista do ouro, a brasileira venceu a oponente israelense sem muita cerimônia, aplicando o golpe waza-ari logo nos primeiros segundos. Após o golpe, ela só precisava evitar que a oponente se sobressaísse e evitasse mais punições, já que ambas receberam uma durante o combate. 


Beatriz Souza junto com as outras finalistas no pódio (Reprodução/Catherine Steenkeste/Getty Images Embed)


Depois do pódio e de segurar a medalha, a judoca deu uma entrevista emocionante para a Rede Globo, enquanto conversava com sua família. Enquanto as lágrimas de felicidade rolavam, ela revelou que a vitória foi dedicada à sua avó. Para além de toda a conquista do ouro, a vitória da brasileira ainda carrega um peso simbólico e representativo, sendo uma mulher preta.

Antes dessa vitória relâmpago, Bia já vinha fazendo uma campanha consistente pela modalidade e antes mesmo de pisar em solo francês, já estava em quinto lugar do ranking mundial e relembrou a frustração de não ter ido à Tóquio. 

 “Falei pra mim mesma que eu não ia sentir aquilo que eu senti de novo, de não ir para uma Olimpíada. Foi uma chave muito importante para mim que eu virei. Desde o momento em que a chave virou, as coisas só foram sendo encaminhadas”, revelou a judoca para o Olympics. 

Nas quartas de final, ela venceu Kim Ha-Yun, mas não sem antes passar por um momento de tensão com a arbitragem. Mas o duelo decisivo foi com a francesa Romane Dicko, primeiro lugar do mundo, que ela conseguiu contornar aplicando um ippon e garantiu sua vaga para brilhar na final. 

De Peruíbe para o mundo

Foi uma longa caminhada do litoral paulistano até o tatame da maior competição esportiva do mundo. A judoca de 26 anos precisou trocar a maresia litorânea para o ar poluído da cidade grande quando ainda era adolescente para perseguir sua vocação no esporte, tendo uma rotina dupla e cansativa. Beatriz começou a se destacar um tempo depois, após o Mundial de 2017, que participou da campanha da equipe para conquistar a prata. 


Beatriz Souza e Maria Suelen Altheman no Judo World Championships de 2012 (Reprodução/Attila Kisbenedek/AFP/Getty Images Embed)


Relembrando que o esporte é além de tudo cooperação, a brasileira preza pelo profissionalismo, deixando de lado competições que só existem dentro do duelo, já que sua treinadora é sua ex-rival esportiva. Maria Suelen Altheman conseguiu a vaga na Olimpíada de Tóquio e hoje viu sua pupila deslanchar em solo francês, alcançando o ouro na Olimpíada e representando o país de forma louvável. 

Com a vitória de Bia Souza, William Lima e Larissa Pimenta, o Brasil soma 27 medalhas, sendo o 5º melhor país da história dos jogos olímpicos na modalidade esportiva.

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