Após mais de oito anos do acidente envolvendo o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, que acabou sendo morto ao ser atingido na cabeça com um vaso sanitário arrancado e atirado ao estádio Arruda, após um jogo entre Santa Cruz e Paraná pela Série B. A justiça de Pernambuco condenou no ultimo dia 22 o clube e a CBF a pagarem, de forma solidaria, uma indenização no valor de 1,2 milhões de reais, aproximadamente, e uma pensão mensal de 438,62 reais à família da vítima.
A pensão será paga até a data em que a vitima completaria 65 anos, com os valores corrigidos devidamente. O acordo da decisão foi publicado nesta quarta-feira, no Diário Oficial do Estado.
Os valores estipulados, por outro lado, não agradaram o advogado representante da família, Nicolas Mendonça Coelho, que informou que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. Na ação original o pedido de indenização era de 4,32 milhões de reais e a pensão mensal era de 1.462,24 reais, que seria o equivalente à remuneração de Paulo que contribuía diretamente para o sustento da família.
Acidente que matou um torcedor com um vaso sanitário no estádio do Santa Cruz (Reprodução/ Guga matos).
“A gente entende que os valores foram razoáveis porque não atendeu ao pedido. Nos entendemos que a CBF é uma entidade muito poderosa e para ela esse valor não representa absolutamente nada. Por isso vamos recorrer ao STJ”, explicou o representante. “Quanto à decisão não pedir nada. Achamos que é isso mesmo. Agora quanto aos valores nós vamos recorrer”, completou Nicolas.
No julgamento, o advogado da CBF disse que essa indenização seria um prêmio de loteria. Já o advogado da família explicou como se dá a “responsabilidade solidária” para o pagamento da indenização e da pensão mensal entre Santa Cruz e CBF.
“Eles são responsáveis solidários. O que quer dizer que, se não pagar, o outro paga. E eles que têm que se entender como serão feitos esses pagamentos. É problema deles, não é problema nosso”, concluiu o advogado.
Os três envolvidos no crime foram condenados a mais de 20 anos de prisão por homicídio consumado. Waldir Pessoa Firmo Junior pegou 22 anos e 6 meses de reclusão, Luiz Cabral de Araújo Neto foi sentenciado a 25 anos, 7 meses e 15 dias e Everton Filipe Santiago Santana a 28 anos e 9 meses de reclusão.
Foto Destaque: Homenagem ao jovem Paulo Ricardo, morto ao ser atingido por um vaso sanitário. Reprodução/ Arthur de Souza