Uma nova divisão de agências está surgindo no horizonte, Photogenics, é o nome da empresa que utiliza modelos 3D e artes, para expandir as zonas de trabalho que um modelo humano normalmente atuaria.
A ex-modelo Nicole Bordeaux é a fundadora juntamente com Dean e Davis Factor, criadores da Smashbox. Ambos acreditam que a nos próximos anos a tendência do metaverso irá abrir oportunidades e mudar o que entendemos hoje como um trabalho convencional.
Bordeaux e sua equipe perceberam a oportunidade quando o trabalho remoto foi imposto, ela abriu um escritório em Paris durante a pandemia mundial, focou seu trabalho com artistas digitais, assim desenvolvendo avatares modelos. Mas segundo ela, o cerne do projeto é tornar as modelos digitais as mais próximas e interativas possível de um ser humano de carne e roupa: “Minha divisão é projetada em torno do fator humano”(…) “eu queria que meus avatares tivessem um batimento cardíaco e uma declaração de missão”.
A agência pode ser nova, mas já realizou grandes campanhas como a Gucci Love, que estrelou Snoop Dog e a modelo da Louis Vuitton, Kiddy Akita Lou, além das garotas da Calvin Klein The Fly Twins. A diretora afirma que seu conteúdo será voltado para atender as novas demandas dos digitais influencers que trabalham com formatos curtos de vídeos, e que atendem a marcas de ponta e renome no mercado, como Balenciaga, Balmain, Chanel e Dior.
Exemplo de um metaverso com atuação de modelos 3D (Foto: Reprodução/ArchDaily)
“Ao contrário de nós, nosso avatar nunca dorme e nunca envelhece – a menos que você queira – pode estar trabalhando em uma campanha emocionante em um lado do mundo enquanto você está trabalhando na vida real em outro. Seu avatar pode manter seu legado mesmo depois de você se aposentar”, declarou John Caldwell, fundador da Unicorn DAO e NFT da empresa Wave Financial, que atuou como mentor do time de criação digital de Nina Hawkins, a pioneira responsável pela nova tecnologia empregada no projeto, juntamente com o cineasta 3D Sage Morei.
Hawkins usa a tecnologia construída por sua empresa, Liliun Labs, para economizar nos gastos, agilizar a digitalização e colocar um fim a processos antigos de filmagens e captações em 360 graus por 100, e dispensando equipamentos de fotogrametria tradicional. A ferramenta, que é um aplicativo protótipo chamado Embryo, identifica rostos moveis usando a função de câmera: Lidar ou True Depth do iPhone, para depois serem analisados por algoritmos de costura proprietário, e a partir deles criar formas 3D que conversem com as imagens solicitadas.
Sage e Hawkins afirmam que serão feitas medidas do próprio modelo, e quando implementadas com desenhos feitos a mão, predefinições e dados de captura de movimentos, o corpo digital do avatar é construído totalmente.
O empreendimento pode atender a demandas de roupas ou coleções inteiras que marcas estão lançando, contando com encomendas de digitalizações de quaisquer peças de vestiário feitos sobre medida, e todos amparados com equipes de maquiagem, cabeleireiros e estilistas, dando mais fidelidade possível aos modelos.
Alguns avatares serão posse da Photgenics, outros atuaram como produtos licenciados da agência, e alguns até mesmo estarão à venda. O modelo de remuneração do avatar será em IRL, e dependerá muito do contrato estabelecido entre a marca e o projeto.
Foto Destaque: Duas modelos feitas pela agência Photogenics Reprodução. Divulgação/Photogenics