Em evento para debater o futuro da humanidade, o presidente Lula discursou durante cinco minutos, o tempo máximo que cada líder poderia falar no evento. O presidente falou de tópicos que vem chamando a atenção em fóruns internacionais, como mudanças climáticas e combate à fome, além de ter criticado a demora para metas envolvendo o desenvolvimento sustentável na Agenda 2030 da ONU.
Sobre a Agenda 2030, Lula disse que apesar dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável terem sido o maior empreendimento diplomático dos últimos tempos, com o ritmo atual, irão se tornar o maior fracasso coletivo. Caso mudanças não ocorram, apenas 17% das metas acontecerão dentro do prazo.
Críticas à ONU
A Cúpula do Futuro foi gerada a partir do documento intitulado “Pacto pelo Futuro”, que deverá ser assinado pelos líderes dos países neste domingo (22). A falta de ações e movimentos que de fato ocorrem para mudar o mundo foi criticada pelo presidente brasileiro, que expressou que mesmo com avanços tão importantes, falta ambição e ousadia. Com a crise governamental que vem ocorrendo ao redor do globo, é preciso que as estruturas que conhecemos sejam alteradas, para que essas mudanças de fato ocorram.
Segundo Lula, falta autoridade e meios para que as ações sejam inseridas, para que as ações sejam cumpridas. “A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado”, diz o presidente.
Foi pedido também que demais países em desenvolvimento sejam inclusos no Conselho de Segurança, visto que o Sul Global não é representado corretamente, quando vemos seu peso político, econômico e democrático. Este pedido ocorre desde 2003, quando ocorreu seu primeiro mandato.
O Pacto pelo Futuro
No evento que ocorrerá na terça-feira, a ONU espera que os líderes globais assinem o documento de 42 páginas que fala sobre metas e compromissos, com o objetivo de certificar um futuro mais justo, seguro e sustentável, nas palavras da Organização.
O pacto possui temas já adotados por Lula, como fortalecer as entidades multilaterais (como a ONU e a OMC), implementar políticas de igualdade de gênero, fortalecer ações contra a mudança climática, reformar o sistema financeiro internacional e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Queimada no Pantanal em julho deste ano (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)
A pauta de mudança climática é ainda mais relevante quando falamos do Brasil, dado às queimadas em massa que vem ocorrendo nos últimos tempos, e que poluíram o ar em diversos estados brasileiros, fora as cheias que ocorreram no início do ano no Rio Grande do Sul, e a seca pela qual o país vem passando.