Lula critica ONU por não formar Estado Palestino

A crítica ocorreu nesta segunda-feira (23), em evento nos Estados Unidos, onde o presidente também comentou que a Organização poderia ter impedido a guerra entre Ucrânia e Rússia

Esther Feola Por Esther Feola
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Foto Destaque: Lula critica ONU por não formar Estado palestino (Reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Na noite desta segunda-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um evento nos Estados Unidos que faz parte da iniciativa Goalkeepers, da Fundação Bill e Melinda Gates, onde foi recebido como vencedor do prêmio “Luta Contra a Fome e a Pobreza”, e criticou faltas de ações por parte da ONU da questão Palestina.

Segundo o presidente, o mundo está sem governo, sem respeito para com o próximo. Sobre a ONU, Lula declarou que, quando fora criada, a ONU teve força para gerar o Estado de Israel, e hoje não tem coragem para criar o Estado Palestino.

Ele prossegue, informando que atualmente a Organização das Nações Unidas não possui mais a força de antes para decidir, permitindo que guerras como a da Rússia e da Ucrânia e do Iraque acontecessem, tal qual a invasão da Líbia e o genocídio na Faixa de Gaza.


Luiz Inácio Lula da Silva fala durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) em Nova York, na terça-feira (24) (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg/Jeenah Moon)


Criação de um Estado Palestino

Desde o princípio do extermínio em Gaza, Lula defendeu muitas vezes um Estado Palestino, bem como criticou Israel, responsável por provocar crise diplomática entre Brasília e Tel Aviv. Israel está há quase sete meses sem um embaixador, desde que Lula comparou os ataques de Israel em Gaza ao Holocausto.

No mesmo evento, a participação de mais países no Conselho de Segurança da ONU voltou a ser reconhecida pelo presidente, que já havia falado sobre o tópico em outros eventos, defendendo que o mundo não pode persistir com cinco países como membros deste Conselho.

Representatividade na ONU

Lula ainda defende que mais países dos continentes africano, sul-americano e asiático deveriam entrar, garantindo um poder mais plural e com representatividade, visto que, como as decisões da ONU não são mais respeitadas, as pessoas pobres não são representadas. Segundo o presidente, este tema será discutido no G20.

Sobre a inadimplência do Protocolo de Kyoto, do Tratado de Copenhague e do Acordo de Paris, Lula questiona como o planeta pode ser cuidado se as decisões a serem adotadas, decididas nos encontros, não são cumpridas. E não são cumpridas por não haver autoridade governamental mundial.