“Cometa do Século”: saiba tudo sobre o C/2023 A3 e seu impacto na astronomia

O corpo celeste atingiu seu ponto mais próximo do século na última sexta-feira (27), e é chamado de “cometa do século”

Esther Feola Por Esther Feola
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Foto Destaque: Por que o cometa C/2023 A3 recebeu o nome de cometa do século (Reprodução/Pinterest/@psm7com)

O cometa Tsuchinschan-ATLAS (C/2023 A3), possui uma alta aptidão para brilhar no céu noturno. Assim, recebeu o termo de “cometa do século”. O total de seu brilho ainda é incerto, conforme explanado pelo coordenador do Observatório Didático de Astronomia da Unesp, Rodolfo Langhi, que disse que os cometas são astros imprevisíveis em certos aspectos; por isso alguns cientistas ainda não assumem que este seja o cometa do século.

“Cometa do século”

Langhi conta que por conta disso quando se referem ao “cometa do século”, utilizam aspas, pois, apesar de ser um cometa muito mais brilhante que seus antecessores, é possível que outros cometas apareçam neste século, e que sejam ainda mais brilhantes que o C/2023 A3.

As previsões iniciais sobre o cometa relatavam que seu brilho seria maior que o do planeta Vênus, todavia, dados mais recentes mostram que o corpo celeste não deve atingir seu potencial completo. Ainda assim, é possível vê-lo ao olho nu.

Em território nacional também é possível ver o C/2023 A3, entretanto, sua proximidade com o Sol pode prejudicar a chance de enxergá-lo. Para tal, é preciso afastar-se da cidade, onde o horizonte leste esteja plenamente livre, pois o cometa aparece muito rente da linha do horizonte leste, um pouco antes do Sol nascer, perto da constelação de Sextante.

Rodolfo informa que, próximo das 04h30 da manhã, os que observarem na direção leste, pouco antes do céu clarear, notará uma mancha fraca; este é o C/2023 A3.


O cometa C/2023 A3 (TsuchinshanATLAS) visto em L’Aquila, na Itália, em 27 de setembro de 2024, antes do nascer do Sol (Foto: reprodução/Lorenzo Di Cola/NurPhoto/Getty Images Embed)


Como ver o cometa

O astrônomo ressalta que ver o cometa a olho nu depende das condições do local onde se está, visto que o horizonte leste precisa estar livre de quaisquer prédios, construções, montanhas, fora outros fatores, como a poluição, as nuvens, e mesmo as luzes da cidade. Ademais, a aparição do corpo celeste ocorre por um período curto antes do Sol clarear e o ofuscar.

Langhi conta que a melhor forma de tentar visualizar o C/2023 A3 é ficar atento ao céu desde agora, e tentar vê-lo até meados de outubro, em especial no início, pois pode ser a melhor hora de vê-lo.

O coordenador conta que isso ocorre devido um processo parecido com uma troca: quanto mais o cometa se afasta do céu, mais se aproxima da Terra, aparecendo ainda mais alto no horizonte. Em compensação, a intensidade de seu brilho diminui.

Usar binóculos, ou mesmo um telescópio, pode facilitar observá-lo, e Rodolfo diz que, mesmo que o olho nu não veja o cometa, a câmera do celular em modo noturno pode conseguir captá-lo.

O corpo celeste deve permanecer visível desta semana até o fim de outubro.