X comunica que pagará multas e Moraes determina desbloqueio de contas bancárias

A rede social suspensa desde agosto avança para retomar suas atividades no Brasil após cumprir parte das exigências judiciais

Yasmin Souza Por Yasmin Souza
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Foto destaque: Ministro Alexandre de Moraes, do STF, Elon Musk, dono empresário da X (Reprodução/ TechTudo)

A plataforma X comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (1º), que irá pagar R$ 28,6 milhões em multas impostas pela Corte. Essa quitação é uma das condições impostas pela Corte para a retomada das atividades da plataforma no Brasil, que está suspensa desde 30 de agosto por não ter cumprido as exigências da legislação brasileira.

A relação conturbada entre o X e o STF se intensificou após a plataforma descumprir diversas ordens judiciais. As penalidades envolvem a falha em bloquear perfis de usuários investigados por propagarem conteúdos considerados antidemocráticos e a ausência de um representante legal da empresa no país. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes reiterou a ordem para o Banco Central desbloquear as contas da plataforma, permitindo que os recursos sejam usados para o pagamento das multas.


O acerto de contas entre X e STF (Vídeo: Reprodução / YouTube / UOL)

X avança na quitação das multas

A rede social X, que foi suspensa desde 30 de agosto por descumprir a legislação brasileira, anunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que iniciará o pagamento de R$ 28,6 milhões em multas. Essa quitação é fundamental para que a plataforma consiga retomar suas atividades no Brasil, uma vez que o STF condicionou a liberação do uso da rede social ao cumprimento integral das penalidades.

Segundo a empresa, os valores serão pagos com recursos próprios, e a Starlink, a companhia de internet satelital associada a Elon Musk, não será utilizada para este fim. Este compromisso financeiro representa uma tentativa da X de regularizar sua situação no país e de restabelecer a confiança com as autoridades brasileiras.

Bloqueio de contas e multas milionárias

As multas aplicadas à X decorrem de sua falha em obedecer ordens judiciais, que incluíam a necessidade de bloquear perfis relacionados à disseminação de desinformação e conteúdo extremista. Dentre as penalidades, a plataforma foi multada em R$ 10 milhões por permitir que usuários acessassem a rede social mesmo após a suspensão.

A multa adicional de R$ 300 mil foi imposta devido à ausência de um representante legal da empresa no Brasil, o que levanta questões sobre a responsabilidade das plataformas digitais em cumprir as regulamentações locais. Além disso, a Starlink teve R$ 11 milhões bloqueados em razão da inadimplência da X.

Este cenário não apenas afeta a operação da rede social, mas também gera implicações financeiras significativas para as empresas de Musk, demonstrando a interconexão entre suas diferentes iniciativas comerciais.

Com a pressão crescente para combater a desinformação, a X enfrenta desafios para restaurar sua imagem e credibilidade no Brasil. A falta de um representante legal, por exemplo, evidencia a necessidade de um diálogo mais profundo e uma estratégia de engajamento com o público brasileiro.

Impasse judicial

A suspensão do X no Brasil ocorre em um contexto de crescente preocupação com a disseminação de desinformação e conteúdo extremista nas redes sociais. O ministro Alexandre de Moraes destacou que o retorno das atividades da plataforma depende do cumprimento integral das decisões judiciais e do respeito à legislação nacional.

O término da suspensão e o retorno imediato das atividades dependem unicamente do cumprimento integral da legislação brasileira“, afirmou Moraes.

O STF exige que o X informe se os valores bloqueados judicialmente serão usados para o pagamento das multas e que a empresa desista dos recursos interpostos contra as decisões da Corte. Além disso, a rede social ainda precisa pagar uma multa adicional de R$ 10 milhões imposta por falhas no cumprimento de uma ordem judicial em setembro.

Com a decisão de efetuar os pagamentos, a rede social se aproxima da regularização de sua situação no país, mas ainda enfrenta desafios para comprovar a quitação total das multas e a adequação às exigências legais. O caso levanta questões sobre a responsabilidade das plataformas digitais em um ambiente globalizado e o respeito às soberanias nacionais em questões de regulamentação.

O ministro Alexandre de Moraes já havia autorizado o desbloqueio das contas bancárias da X e da Starlink, após a suspensão das atividades. No entanto, a plataforma relatou que a situação ainda não foi resolvida. Em resposta, Moraes reiterou ao Banco Central a necessidade de desbloqueio imediato das contas para o pagamento das multas.

Apesar dos avanços, a X ainda precisa cumprir mais três exigências para retomar suas atividades no Brasil, incluindo o pagamento imediato de R$ 10 milhões e uma multa adicional de R$ 300 mil, conforme decisão judicial de setembro.