Na noite da última terça-feira (27), a TV Globo promoveu o debate entre os candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro. Participaram do encontro o atual governador do estado e candidato a reeleição, Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Paulo Ganime (Novo) e Rodrigo Neves (PDT). Os convidados para o debate foram escolhidos segundo a Lei Eleitoral, cujos partidos possuem representação no Congresso Nacional e que não possuem impedimento na Justiça.
Dentre os assuntos de destaque, os candidatos ao Palácio Guanabara discutiram sobre emprego, transporte e segurança pública, além de citações sobre escândalos de corrupção, como a prisão de ex-governadores e o caso da Ceperj.
O debate foi dividido em quatro blocos: o primeiro e o terceiro bloco tiveram temas livres, enquanto o segundo e o quarto tiveram temas determinados. Após os blocos, cada candidato deve um momento para fazer suas considerações finais.
Candidatos ao governo do Rio de Janeiro se encontram em debate (Reprodução/G1)
Corrupção:
Um assunto recorrente durante o debate, a corrupção ocupou boa parte da discussão entre os candidatos, mas a troca de ataques entre os convidados teve como Cláudio Castro e Marcelo Freixo como principais alvos.
Paulo Ganime mencionou o principal escândalo do governo de Cláudio Castro. “Dinheiro de quem paga imposto para alimentar esquema de funcionário fantasma no Ceperj e na Uerj, o que é uma vergonha”, falou o candidato, relembrando os casos de abuso do dinheiro público.
Castro, principal visado com a fala, se defendeu. “Estou processando todos os delatores para que eles apresentem as provas, isso tem três anos e ninguém apresenta a prova. Não sou réu, não tem uma denúncia contra mim”, disse.
Marcelo Freixo também comentou sobre outro fato que se tornou de conhecimento público no governo de Cláudio Castro, o episódio da mochila e da delação contra o atual governador. “É muito importante imaginar que de um lado está a continuidade de um projeto que tem cindo governadores presos”, comentou.
Desemprego
Sobre o tema, Rodrigo Neves (PDT) reforçou sua proposta de criar frentes de trabalho para combater o desemprego. O candidato ao governo do Rio relembrou sobre a perda do PIB nos últimos anos. “O Rio perdeu 700 mil empregos com carteira assinada nos últimos anos. A nossa indústria pesqueira foi toda para Santa Catarina. A nossa indústria farmacêutica está indo para Goiás, a nossa indústria audiovisual está indo para São Paulo. A nossa indústria naval virou pó”, disse.
Em contraponto, Cláudio Castro afirmou que grandes nomes do mercado já estão fazendo parte da rotina carioca, como a Amazon e o Magazine Luiza. De acordo com Castro, a carga tributária e os impostos têm tido políticas de redução de custo, além de qualificação de mão de obra através das Faetecs. “A gente tem conseguido voltar a gerar emprego”, garantiu.
Freixo disse apostar na economia criativa, que se baseia em ações e atividades relacionadas à cultura, tecnologia e criatividade, visando gerar mais receita e impacto na economia. “Eu vou aumentar o salário-mínimo regional para gerar riqueza e emprego”, prometeu o candidato.
Transportes
Setor de grande problema no estado do Rio, o tema transportes também foi abordado pelos candidatos durante o debate. Rodrigo Neves questionou o atual governador sobre a situação atual do transporte do Rio, categorizada pelo candidato do PDT como “caótica”.
“As pessoas estão sofrendo muito, seja com a Supervia, seja com as barcas, seja com o metrô. Por que que as coisas não estão andando no sistema de transporte?”, questionou Neves.
Castro disse que travou uma verdadeira batalha com a Supervia. O governador do estado disse que o maior problema é o tempo de concessão, que já dura 15 anos, com um concessionário no Japão. Além disso, Cláudio afirmou que investimentos estão sendo feitos, tanto na manutenção quanto na operação nos trens da Supervia e concluiu dizendo que, apesar de tudo isso, “é preciso continuar avançando e evoluindo”.
Segurança Pública
Quando questionado sobre um dos principais problemas do estado, Paulo Ganime afirmou que pretende valorizar os “heróis” do estado, os pensionistas, garantindo coisas que, até o momento, o governo não garantiu.
Já Freixo disse quando o assunto é segurança pública, existem duas vertentes. “Uma é a polícia bem treinada, equipada e valorizada, para botar bandido na cadeia; o outro é investimento social nas áreas pobres”.
Marcelo Freixo (PSB) e Cláudio Castro (PL) foram os grandes alvos do debate (Reprodução/TV Globo)
Durante as considerações finais, Rodrigo Neves disse que o Rio vive atualmente a pior crise de sua história, no qual desemprego, crise na saúde, abandono da educação, insegurança nas ruas e fome assolam as famílias cariocas. O candidato também mencionou que, apesar da propaganda de Cláudio Castro, que promete melhoria de vida, viver no Rio de Janeiro tem sido extremamente difícil. Neves enfatizou a necessidade de mudança, relembrou seu mandato como prefeito de Niterói e sua aprovação de 80% na cidade, pontuando as melhorias feitas. Segundo Neves, sua intenção é estender o que fez por Niterói a todo o estado do Rio.
Paulo Ganime enfatizou a sua vontade de mudar a situação atual do Rio de Janeiro, dando destaque à saúde e educação de qualidade. Segundo Ganime, sua intenção é trazer sua experiência como deputado federal e de gestão para entregar ao governo do Rio resultados satisfatórios. Segundo o candidato, sua vontade é que a população volte a ter confiança não só no governo, mas em cada secretário e, por essa razão, promete colocar as pessoas certas, nos lugares certos. Ganime também citou os servidores públicos, garantindo valorização e respeito, além de prometer melhores condições de trabalho. Ganime termina dizendo que “todos os demais candidatos que estavam ali defendem presos, já foram presos ou estão ligados diretamente com presos, ou até mesmo vão ser presos muito em breve”.
Marcelo Freixo agradeceu à família e ao telespectador. O candidato do PSB afirmou que sua intenção é governar o estado do Rio com amor, cuidando das pessoas. Freixo agradeceu ao apoio do seu vice, Cesar Maia, e do candidato a presidência, Lula (PT). Disse ainda ao telespectador que vale a pena ser honesto e pediu consciência do eleitorado na hora do voto, tanto para governador quanto para deputados federais e estaduais.
Finalizando o debate, Cláudio Castro também agradeceu a sua participação e a presença dos demais candidatos, além de agradecer a esposa e filhos. Castro disse que apesar de não ser tão conhecido no meio político, quando as cidades e municípios do Rio mais precisaram, ele estava presente, citando Petrópolis, Angra, Paraty, Caxias e Nova Iguaçu. Afirmou que os programas do estado estão dando certo. Cláudio relembrou o déficit de R$ 20 bi que o estado possuía e, segundo ele, “as contas estão em dia”. O candidato a reeleição do estado também pontuou a volta do Restaurante Popular, afirmando que o investimento no Rio voltou e prometeu continuar investindo e “colocando a casa em ordem”, caso vença as eleições.
Foto destaque: Debate com Cláudio Castro, Marcelo Freixo, Rodrigo Neves e Paulo Ganime. Reprodução/g1.
