Kamala Harris chama Trump de “tirano mesquinho” em discurso

A candidata democrata realizou discurso no mesmo local da Invasão do Capitólio, que ocorreu em 6 de janeiro de 2021

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
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Foto destaque: Kamala Harris realiza discurso final em palco simbólico para a democracia americana (Reprodução/Chris duMond/Getty Images embed)

A poucos dias da eleição americana de 2024, marcada para dia 5 de novembro, Kamala Harris apresentou suas críticas finais a Donald Trump, o candidato republicano. A candidata o acusou de ser uma pessoa instável, vingativa e sedenta de poder. A fala ocorreu em discurso realizado nesta terça-feira (29), em um palco de extrema importância para a história da democracia norte-americana: o parque The Ellipse, onde em 6 de janeiro de 2021, apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, alegando fraude nas eleições de 2020, quando Joe Biden se tornou presidente.

A fala de Kamala

O discurso final da candidata democrata serviu como um lembrete do evento de quatro anos atrás.“Olhem, nós sabemos quem é Donald Trump. Ele é a pessoa que esteve exatamente neste mesmo lugar, quase quatro anos atrás, e enviou uma multidão armada ao Capitólio dos Estados Unidos para reverter a vontade do povo em uma eleição livre e justa”, disse Kamala ao iniciar sua fala.

A candidata foi muito vocal em suas críticas ao rival durante toda a campanha, dizendo que um segundo mandato de Trump seria um retrocesso à democracia. A candidata pede que os eleitores rejeitem Trump, a quem chama de “tirano mesquinho”. Kamala argumenta que as liberdades fundamentais conquistadas à custa de vidas americanas há 250 anos não deveriam ser renunciadas e que não deveriam ser submetidas à vontade de outro comando tirânico. 


A candidata democrata à presidência teceu duras críticas às propostas republicanas e à Donald Trump (Foto: Reprodução/Brandon Bell/Getty Images embed)


Kamala também teceu duras críticas às propostas de Trump. A candidata mencionou sua própria visão de união nacional, que contrasta com a do republicano. “Diferente de Donald Trump, eu não acredito que pessoas que discordam de mim sejam inimigas. Ele quer colocá-las na prisão. Eu lhes darei um lugar à mesa”, disse a candidata. Kamala também declarou que a proposta econômica de Trump sobre um novo pacote de impostos para bilionários impactaria as famílias de classe média, alegando que o custo desta proposta aumentaria o gasto anual delas em cerca de U$4 mil.

Outro ponto enfatizado no discurso foi o da segurança nacional e fortalecimento das relações internacionais com aliados. Kamala afirmou que Trump despreza os heróis da nação e que se rende com facilidade a Vladimir Putin e Kim Jong-Un, notórios líderes autoritários. Ela usou a oportunidade para prometer um pulso firme e comprometimento com a segurança dos americanos, defendendo a “liberdade ao redor do mundo”.

O discurso da democrata atraiu uma multidão para o parque de Washington, com o público se estendendo até o obelisco de National Mall. A campanha espera que este evento possa ter ajudado a dissuadir eleitores dos estados decisivos, especialmente aqueles que ainda não decidiram em quem votar.

A plataforma de Kamala Harris

A candidata democrata apresentou durante sua campanha contrastes com o candidato rival. De acordo com os dados, ambos os candidatos estão tecnicamente empatados, fazendo com que esses últimos eventos sejam decisivos para as eleições presidenciais. Kamala tenta se conectar com os cidadãos norte-americanos insatisfeitos com o governo Biden, apresentando-se como uma representante da “nova geração” de liderança. A candidata diz que sua presidência será diferente e que o principal desafio será reduzir os custos, que subiram desde o período da pandemia.

Um dos pontos mais importantes das promessas de campanha de Kamala é restaurar o direito ao aborto nacionalmente. A candidata critica a Suprema Corte, que foi moldada por Trump, afirmando que o ex-presidente tem intenções não apenas de abolir esse direito para todos os 50 estados americanos, mas também de restringir acesso a métodos contraceptivos e monitorar a gravidez das mulheres. Se eleita, ela garantiu que as cidadãs norte-americanas terão liberdade reprodutiva sob seu mandato.