A Argentina anunciou sua saída da Organização Mundial da Saúde nesta quarta-feira (5). De acordo com o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, a saída se deu pelas divergências de opiniões sobre os assuntos relacionados à gestão sanitária. Desta forma, nos próximos meses o país irá interromper todas as contribuições financeiras para os trabalhos da OMS.
Segundo o porta-voz, o presidente do país, Javier Milei, incitou o ministro das Relações Exteriores a remover a participação da Argentina na Organização devido às “diferenças sobre a gestão sanitária”, sobretudo durante a pandemia da Covid-19. Esta é a primeira medida tomada pela gestão de Milei. Segundo fontes do jornal argentino La Nación, nos próximos dias, Milei irá anunciar a saída do país de outros espaços. A decisão será oficializada através de um decreto assinado pelo presidente.
Saída dos EUA da OMS
No dia da posse do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro, o líder assinou diversos decretos presidenciais que foram transmitidos ao vivo. Dentre as medidas tomadas em seu segundo mandato está a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde. O país é um dos principais financiadores dos trabalhos da Organização.
Em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, o presidente anunciou a primeira saída do país da Organização e argumentou que os custos fornecidos pelo país à OMS eram desproporcionais comparados aos de outros países. Entretanto, em 2021, o ex-presidente Joe Biden restabeleceu o vínculo com a Organização.
Durante a posse do seu segundo mandato, Trump anunciou novamente a saída dos EUA da OMS e alegou uma má administração dos recursos por parte da Organização, cobranças financeiras injustas e ineficiência na adoção de medidas emergenciais. Além disso, Trump também alega que a OMS os “roubou”.
Apelo da OMS
Logo após o anúncio da saída dos EUA e a consequente suspensão dos recursos para o programa de combate à AIDS no mundo, a OMS emitiu uma nota sugerindo que a medida fosse reavaliada pela gestão atual e expressou grande preocupação. De acordo com a nota, a suspensão dos recursos representa ameaça e retrocesso globais.
Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, diz a nota.
A medida resultou no fechamento de diversas clínicas locais e na suspensão dos atendimentos em diversos países na África. A decisão de Trump representa um corte de U$ 500 milhões em recursos para os programas de saúde pública no mundo.