O ano de 2024 foi o mais quente desde 1850, quando começaram os primeiros registros de temperatura do planeta. Uma das consequências disso é o aumento do nível do mar, devido ao derretimento das geleiras. O fator alarmante é que em nenhum ano anterior o mar subiu tanto.
O aumento do nível dos oceanos surpreendeu até pesquisadores da Nasa. Em estudos divulgados nesta quinta-feira (13), a agência espacial norte-americana afirma que a elevação do mar atingiu 59 centímetros, em 30 anos, muito além dos 43 que eram esperados.
Cientistas explicaram que essa elevação se deu porque o cálculo de derretimento inverteu. Até 2023, dois terços, ou seja, 66% da subida do nível, vinha do descongelamento das geleiras, enquanto 33% eram atribuídos à expansão térmica do mar, que significa o aumento de um material devido ao calor. Em 2024, os dois terços de crescimento aconteceram diretamente devido à expansão térmica dos oceanos.
Causas
O aquecimento global é o principal causador desse aumento. A liberação de dióxido de carbono, principalmente pela queima de combustíveis poluentes, geram o efeito estufa, que retem na atmosfera todo calor recebido pelo sol, aumentando a temperatura do planeta. Com os dias sequencialmente mais quentes, menos chuvas e maior consumo de eletricidade, cria-se um círculo sem fim: mais poluição, mais calor e, como resultado, maior derretimento e expansão do mar.
Ruas alagadas (Foto: reprodução/Chandan Khanna/Getty Images Embed)
Consequências
Inundações e erosões costeiras, ecossistemas, como manguezais, dunas úmidas e pântanos, serão atingidos drasticamente. Tempestades, tufões e furacões também entram no pacote de consequências do aquecimento global, que trará ainda mais danos a uma região alagada.
O estudo divulgado pela Nasa aponta que se a elevação do nível do mar continuar nesse ritmo, 30% das zonas costeiras serão permanentemente alagadas, e cidades como Rio de Janeiro, Xangai, Hong Kong e Jacarta enfrentarão zonas completamente submersas.
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em agosto, aponta que os riscos de entrada de água salgada em rios e aquíferos são altíssimos e 14 milhões de pessoas que vivem em zonas litorâneas serão diretamente atingidas.