Cientistas alcançaram a temperatura mais baixa já registrada globalmente 

Jefferson da Silva Por Jefferson da Silva
4 min de leitura

Uma equipe de cientistas internacionais conseguiu chegar à taxa mais baixa de temperatura no universo. Para se ter uma ideia, o menor número registrado no planeta terra foi de -89°C na Antártica, em alguns espaços da Lua o termômetro já registrou menos -200°C. Cientistas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, e da Universidade de Kyoto, no Japão, realizaram no laboratório uma experiência na onde chegaram a uma  temperatura 3 bilhões de vezes mais fria do que foi captado no espaço interestelar.

Os pesquisadores alcançaram o bilionésimo de um grau para atingir o ponto zero absoluto na escala de Kelvin ou  273,15 ° C. Durante o experimento, eles usam lasers para resfriar os átomos químicos derivados do itérbio. A pesquisa é um grande feito para os cientistas porque ela desenvolve novos desdobramentos com o surgimento de novas propriedades químicas, é o que afirma o professor do Departamento de Física Aplicada da Universidade de Zaragoza, na Espanha, Francisco José Torcal-Milla. 

Eduardo Ibarra García Padilla foi um dos autores do experimento, ele é pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA. ele afirma que os estados de materiais são mais acessíveis na temperatura baixa e o alcance desses estados químicos vai permitir o melhoramento dos problemas da física como a “supercondutividade em óxidos de cobre, que terão importantes aplicações tecnológicas”



Foto: Os cientistas da pesquisa Eduardo Ibarra, Kaden Hazzard e Hao-Tian Wei na Universidade de Rice (foto:divulgação/JEFF FITLOW)


A equipe de cientistas dos EUA e Japão explicaram como realizaram o experimento, reduzindo a temperatura do itérbio para níveis extremos com a utilização de resfriamento evaporativo de lasers.”O resfriamento evaporativo é como quando você toma uma sopa muito quente. O que você faz é soprar a sopa. Com isso, se remove as partículas mais quentes” , comenta o Ibarra

Para o professor Torcal-Milla as armadilhas de luz é processada com a maior alta de tecnologia;

“Tudo começa com a sublimação (conversão direta do estado sólido para o gasoso, sem passar pelo líquido) dos átomos de itérbio. Esse procedimento geralmente é realizado por um laser de alta potência em um bloco sólido desse elemento, fazendo com que uma pequena quantidade de gás e vapor”.

“Uma vez obtido o gás diluído, ele é mantido em uma câmara onde foi criado um vácuo extremo e os átomos ficam presos por armadilhas ópticas, que são como uma espécie de ‘laço’ feito de luz.”

“Em seguida, essas moléculas gasosas são atingidas por feixes de laser que vêm de várias direções. Quando os fótons do laser interagem com os átomos de gás, que estão se mexendo, ocorre uma desaceleração, o que diminui a velocidade média e, consequentemente, a temperatura deles.”

A localidade onde o experimento teve mais sucesso foi na Universidade Kyoto no Japão, liderado pelos cientistas Yoshihiro Takahashi e Shintaro Taie. Para o futuro o Ibarra avalia que um dos benefícios da pesquisa é que a medida que for atingido níveis mais baixos de temperatura aparecerão outros produtos exóticos químicos. Por exemplo, no material  de supercondutividade de óxidos de cobre será possível utilizar numa eventual levitação de trens.

Foto de destaque: Uma moça segurando a ilustração de um átomo (foto:divulgação/getty images)    

 

 

Deixe um comentário

Deixe um comentário