Deslizamento no Paraná ocasiona em 30 desaparecidos e PRF exige monitoramento da rodovia

Raphael Klopper Por Raphael Klopper
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A última segunda-feira (28/11) foi marcada por um desmoronamento na BR-376 em Guaratuba, causando um cenário de mal-estar entre a Polícia Rodoviária Federal e a concessionária da rodovia que após o acidente que deixou dois mortos e ao menos 30 desaparecidos, está fechada.

O deslocamento de terra aconteceu na altura do km 669, onde seis pessoas foram resgatadas com vida mas o trecho da estrada agora se encontra interditado. Hoje, os trabalhos de localização de outras vítimas mobiliza equipes do Corpo de Bombeiros. Antônio Paim, superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná, disse em uma coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (30/11) que estudos precisam sempre ser feito para evitar tragédias como essa.

A Arteris Litoral Sul, concessionária que administra o trecho do acidente, foi cobrada pela PRF sobre a necessidade imediata de interdição das pistas depois do agravamento das chuvas na região, afirmando que a empresa tem a obrigação de fazer o constante monitoramento da rodovia. Em nota oficial, a concessionária se posicionou sobre a tragédia, garantindo que não havia riscos para a região e que as análises são feitas com frequência. Ainda acrescentando que o ponto onde aconteceu o acidente não apresentava riscos.

Em um novo comunicado divulgado hoje, a PRF nega que tenha responsabilizado a concessionária.

“Protocolos referentes a questões técnicas de engenharia, que estão fora da esfera de atuação do órgão: nas ações relacionadas a ocorrências envolvendo a estrutura da rodovia como pontes, obras e encostas, o monitoramento, fechamento, desobstrução e liberação da via ocorre após análise do que é de competência técnica dos órgãos responsáveis pela infraestrutura viária. O DNIT nas rodovias federais sem concessão e pelas concessionárias nas rodovias pedagiadas”. – afirmou o comunicado da Polícia Rodoviária Federal.


Defesa Civil confirmou duas mortes na BR-376, que liga Curitiba a Florianópolis; Régis Bittencourt tem bloqueio e congestionamento (Foto: Reprodução / Estadão)


O deslizamento foi apenas o segundo a acontecer no mesmo trecho da rodovia na segunda-feira. No primeiro, apenas uma pista da BR-376 fora fechada. Ambos incidentes ocorreram de praxe pela situação climática na região, atualmente no Paraná chove forte desde o último final de semana. O comandante do Corpo de Bombeiros do Estado, Manoel Vasco Figueiredo Júnior, estimou que o número de pessoas atingidas pela desabamento deve chegar a 50.

O engenheiro civil e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP Sergio Ejzenberg avalia que a pista deveria ter sido interditada logo após o primeiro deslizamento.

“Esta liberação não deveria ter acontecido. Há sim como prever (o acidente). Não precisa ter sinal de alerta em uma rodovia como um todo, mas sim de um trecho, de um local que havia acabado de ocorrer um deslizamento” — afirmou o engenheiro da USP, ainda afirmando que é sim possível prever desastres como este!

O resgate na região afetada foi feito por equipes dos bombeiros, da Defesa Civil, da PRF e da Arteris, mas enfrentam graves dificuldades com a quantidade de terra, vegetação e detritos que invadiram as pistas. Até o momento apenas três veículos leves e dois pesados foram removidos. Ainda faltam pelo menos 11 dos automóveis que foram atingidos.

Com a incerteza sobre o número de desaparecidos, parentes de pessoas que podem ter sido atingidas no deslizamento sofrem com a falta de informação. Bombeiros mobilizaram as buscas com câmeras térmicas para fazer um levantamento de informações de eventuais vítimas a partir da identificação feita pelas placas dos veículos e proprietários.

A região ainda mostra chances de novos desabamentos em potenciais!

 

Foto Destaque: Deslizamento de terra na BR-367 no Paraná — Foto: Bombeiros de SC/AFP

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