Dólar volta a operar em alta após anúncio do valor do Auxílio Brasil

Gustavo Sebastião da Silva Correia Por Gustavo Sebastião da Silva Correia
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Nesta terça-feira (19), o dólar fechou cotado a R$ 5,59 com uma alta de 1,36% após uma pressão com as preocupações relacionadas com as contas públicas após ser divulgado que o governo iria informar o valor de R$ 400,00 para o Auxílio Brasil (programa que irá substituir o Bolsa família). Por conta da reação do mercado, o governo recuou e adiou o anúncio nesta tarde. 

Foi o maior valor de fechamento desde 16 de abril quando a cotação ficou em R$ 5,62. Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a R$ 5,61. O dólar de turismo era vendido a R$ 5,80.

Considerando o resultado desta terça-feira, o dólar acumula uma alta de 2,73% ao mês e 7,85% ao ano.

Como fez semana passada para tentar conter a alta do dólar, o Banco Central precisou novamente realizar um leilão. O leilão foi de US$ 500 milhões de dólares à vista nessa manhã.

A Bovespa teve um recuo de 3,28% batendo 110.672 pontos.

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Por conta dos riscos que vão desde o crescimento global da inflação, às incertezas fiscais e políticas domésticas, o dólar tem mantido um patamar acima de R$ 5,50 nas últimas sessões da bolsa de valores. 

Desde 15 de março e após algumas intervenções no mercado de câmbio, o BC precisou realizar leilão de venda de dólares à vista. Na semana passada, a instituição realizou um leilão surpresa swap cambial tradicional (operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro). 

No cenário exterior, com esperanças de a China ter a capacidade de conter a crise no mercado imobiliário, o dólar recuava se comparado a outras moedas com um início sólido para a temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos.

Olhando para o Brasil, as atenções seguem voltadas para as preocupações com a inflação que persiste, e com as negociações sobre a fonte de financiamento para o Auxílio Brasil, o novo programa de transferência de renda do governo federal. 


O novo programa de transferência de renda do governo federal está no radar de investidores e operadores do mercado financeiro. (Foto: Reprodução/fdr.com.br)


Para investidores, há um temor que as discussões sobre esse novo programa social possam comprometer o teto de gastos, que é considerada a “âncora” fiscal do país. Se o teto de gastos for estourado em prol de uma política mais populista, a tendência é que as contas públicas estejam mais fragilizadas. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou na segunda-feira sobre um programa social fora do teto de gastos.

Em defesa, Lira disse que olhando para os impactos sociais provocados no Brasil pela pandemia de Covid-19, não se pode dar prioridade a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto de gastos em detrimento as necessidades da população que se encontra mais vulnerável.

Como contrapartida para a criação do Auxilio Brasil, a PEC dos precatórios (pagamentos que a União é obrigada a fazer para pessoas físicas e jurídicas por decisão judicial) que seria votada em comissão especial da Câmara hoje, foi adiada para que o texto seja alterado. Essa matéria estava no radar de operadores financeiros.

Segundo a última pesquisa do boletim Focus, do Banco Central, o mercado financeiro estima uma alta de 8,69% para a inflação. Já o PIB, voltou a ter uma queda. A estimativa é de 5,01%.

 

Foto destaque: Reprodução/agenciabrasil.ebc.com.br

 

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