Desde a tempestade de inverno que alastrou o Canadá e parte dos Estados Unidos (EUA), na semana de Natal, animais de sangue frio, sobretudo as iguanas, no Sul da Flórida, estão caindo das árvores. As baixas temperaturas, de acordo com estudiosos da área, estão imobilizando as criaturas, deixando-as em um estado catatônico ou de paralisia temporária. Ao dormirem nas árvores, as iguanas perdem o controle e caem no chão — elas permanecem nesse estado de paralisia, mas ainda estão vivas.
Em temporadas de frio como essa, o Serviço Nacional de Meteorologia de Miami, uma cidade no Sul da Flórida, costuma emitir alertas da queda das iguanas para alertar a população e os turistas sobre esse fenômeno. O alerta, em inglês, é “falling iguanas”, traduzido livremente como “iguanas que caem”.
Por outro lado, as tartarugas marinhas, cobras e outros répteis também costumam sofrer atordoamento pelo frio, principalmente durante a geada. Para o caso das iguanas, a Comissão de Pesca e Vida Selvagem da Flórida foi outra a emitir um alerta em sua conta oficial no Twitter.
“Com temperaturas mais baixas neste fim de semana de feriado, você pode ver iguanas verdes não nativas em estado de torpor, perdendo temporariamente todo o controle muscular. Você pode até vé-las cair de árvores”, apontou o órgão público. “Aconteça o que acontecer, não traga iguanas verdes selvagens para sua casa ou carro para aquecê-las! Eles podem se recuperar mais rápido do que você pensa e ficar na defensiva, usando suas longas caudas e dentes e garras afiadas.”
Tweet da MyFWC (Reprodução/Twittter)
Hibernação
Grande parte das iguanas do sul da Flórida, nos EUA, vieram de países da América Central e do Sul, que são mais quentes, onde não enfrentam temperaturas tão baixas. As iguanas em questão são animais exotérmicos, isto é, dependem do calor externo para conseguirem regular a temperatura do próprio corpo. Por isso, com as temperaturas abaixo dos 10°C, alguns desses animais entram em estado de “hibernação”, o que os deixa letárgicos.
Esses animais de sangue frio, para sobreviverem em climas mais frios, diminuem a taxa de seus processos corporais, bem como o fluxo sanguíneo os batimentos cardíacos a um ponto mínimo. Nesses cenários atípicos, a espécie pode, até mesmo, mudar de cor, de um verde vibrante para cinza, além de ter os olhos afundados. Apesar disso, elas voltam ao seu estado normal quando as temperaturas subirem.
Tempestade de inverno nos EUA
Uma intensa tempestade de inverno se alastrou entre o Canadá e o norte dos Estados Unidos nesta última semana de Natal. A onda de frio, no entanto, alcançou o resto dos EUA — inclusive, o estado da Flórida, no fenômeno apontado por eles como a “mais intensa tempestade de inverno em quarenta anos”.
A temperatura mínima no dia de Natal na cidade de Miami foi de 6ºC e a máxima, por outro lado, de 8ºC — o que é bastante atípico para a Flórida, que é apelidada como o “Estado da luz do Sol”, por conta do número de dias ensolarados no ano.
Tweet NWS Miami (Reprodução/Twitter)
“Estava frio ontem… e acontece que quebramos alguns recordes!”, informou o Serviço Nacional de Meteorologia no Sul da Fiórida à população no perfil do Twitter. “Foi o Natal mais frio já registrado em nossas estações meteorológicas”.
Foto destaque: Iguna verde. Reprodução/InfoEscola