Um asteroide do tamanho de uma girafa foi descoberto no fim de semana passado e fez uma passagem próxima da Terra ontem, no mesmo momento em que um “cometa verde” brilhou mais distante. O asteroide 2023 BU, que mede de 3,8 a 8,5 metros de largura, não era uma ameaça ao planeta de acordo com a Nasa (ele tem cerca de metade do tamanho do meteoro Chelyabinsk, que caiu na Rússia em 2013), mas passou dentro da órbita de satélites sobre o extremo sul da América do Sul.
Cometa Verde (Foto: Reprodução/Michael Jager)
Ele é o quarto mais próximo já registrado. Apesar disso, só foi notado apenas cinco dias antes de sua maior aproximação. A maioria dos asteroides passa além da distância da Lua. Este está bem mais perto.
Ontem, às 18h17 de Brasília, o asteroide chegou a 9.877 quilômetros do centro da Terra. Isso é apenas cerca de 3.506 quilômetros acima da superfície, um décimo da altitude em que a maioria dos satélites orbitam. Enquanto a maioria dos asteroides vistos navega além da distância da órbita da Lua, o 2023 BU atingiu apenas 3% da distância entre a Terra e a Lua. Tão perto, de fato, que grandes telescópios o detectarão facilmente.
O evento foi exibido em tempo real pelo Virtual Telescope Project, um conjunto de dois poderosos telescópios robóticos de 14 e 17 polegadas com sede em Ceccano, Itália. O astrofísico Gianluca Masi foi o anfitrião de uma live no YouTube com imagens do asteroide.
Ele brilhou com uma magnitude máxima de 11,3, o que é muito fraco para o olho humano ver. Apenas os grandes telescópios puderam ver o 2023 BU. O 2023 BU é um asteroide do tipo Apollo, uma classe de objetos nomeados em homenagem ao asteroide arquétipo 1862 Apollo. Esses asteroides têm uma órbita maior que a órbita da Terra ao redor do Sol e seu caminho cruza o caminho da Terra. O 2023 BU orbita o Sol a cada 425 dias e seu caminho ocasionalmente cruza o caminho orbital da Terra ao redor do Sol.
Ele foi descoberto pelo astrônomo Gennadiy Borisov no Observatório Astrofísico da Crimeia em Nauchnyi no último sábado. Ele também descobriu o 2I/Borisov, o primeiro cometa já descoberto que viajou para o sistema solar vindo do espaço interestelar.
O 2023 BU passará de novo relativamente perto da Terra em 6 de dezembro de 2036, mas nesse caso estará bem além da órbita da Lua. Ele é referido como um “objeto próximo da Terra” (NEO) porque suas órbitas o levam a 195 milhões de quilômetros do Sol. No entanto, não é classificado como um “asteroide potencialmente perigoso” (PHA), que é reservado para um NEO com uma órbita que pode se aproximar da Terra e é grande o suficiente para causar danos regionais significativos em caso de impacto.
O 2023 BU está na constelação da Ursa Maior, relativamente próxima visualmente do cometa C/2022 E3 (ZTF). Embora o cometa esteja brilhando no céu noturno à medida que se aproxima da Terra, em seu ponto mais próximo, em 2 de fevereiro, ele não chegará mais perto do que cerca de 42 milhões de quilômetros da Terra.
Foto destaque: Asteroide. Reprodução/UOL