Tarcísio admite falhas e diz que governo vai instalar sirenes em áreas de risco

Raphael Klopper Por Raphael Klopper
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Após as tragédias causadas pelas fortes chuvas que deixou estragos nas últimas semanas em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador da cidade reuniu-se em uma conferência de imprensa em São Sebastião nesta Quinta-feira (23/02) onde anunciou novas medidas que deverão ser tomadas. Uma delas foi que o governo virá a instalar sirenes nas áreas de risco atingidas constantemente por deslizamentos e desastres por todo o Estado.

O anúncio claro veio como uma resposta de emergência dada após a tragédia ocorrida no Litoral Norte do Estado, que deixou 49 mortos, com o temporal que o atingiu no último final de semana. O governador também admitiu que os sistemas de alerta atuais falharam e não foram eficazes para prevenir o número de vítimas e danos causados.

Vamos instalar o sistema de sirenes, que já existem em outros Estados. E não adianta instalar o sistema de sirenes se não tiver capacitação, se não tiver treinamento. Porque disparou a sirene a pessoa tem que saber para onde ir, qual o ponto de apoio, tem que ter confiança que o suprimento vai chegar no ponto de apoio“, disse o governador.

O sistema de sirenes são de vital importância pois, como exemplo, no estado do Rio de Janeiro, o uso das sirenes vem em ativa por dez anos, principalmente após a tragédia que tirou a vida de mais de mil pessoas nas cidades da Região Serrana ocorridas em 2011.

A medida das sirenes porém foi recebida com um ponto contrariado na forma de Felipe Augusto (PSDB), o prefeito de São Sebastião que em entrevista a Band, disse ser contrário à instalação das sirenes ao dizer que “não é sirene que salva vida“.

Porém Waldez Góes, ministro do Desenvolvimento Regional, defendeu o sistema de sirenes salientando a necessidade de seu uso para orientar a população, dizendo: “Esse sistema já existe no Brasil e no mundo. As pessoas tem que ter consciência que, quando a sirene tocar, é preciso deixar essas áreas”.


Governador Tarcísio de Freitas em conferência de emergência em São Paulo (Foto: Reprodução / Folha)


O Governador Tarcísio, ainda em conferência, reconheceu que o envio de mensagens SMS da Defesa Civil alertando para os temporais não tiveram eficácia e afirmou que o governo já estuda novos meios de comunicação via celular que possa avisar a população de possíveis riscos.

Vamos chamar as empresas de telefonia para tornar os avisos via telefonia móvel mais efetivos. Todo mundo tem celular hoje. Mas o sistema de alarme via celular ainda não está funcionando. Por lei federal, as telefônicas têm obrigação de fornecer o alerta, mas a lei não estabelece como. Foram disparados 2,6 milhões de alertas antes da chuva que tivemos agora, via SMS, e a gente viu que isso, eventualmente, não tem efetividade. Aqui no litoral mais de 30 mil pessoas receberam“, disse Tarcísio.

Ainda na Defesa Civil, o governador disse que radares meteorológicos serão substituidos, prometendo: “Substituição de radares antigos por radares modernos. Nós temos radares operados pela Unesp que são da década de 1970. OS radares de modo geral são antigos no Brasil e a gente vai tentar substituir por radares de última geração. E procurar trazer mais radares para o litoral“.

Tarcísio também fez uma brecha ao fazer um agradecimento: “Por exemplo, a gente falava para o pessoal aproveitar o tempo bom e sair do Litoral Norte. Vocês iam lá e publicavam isso. Anteontem, 7 mil carros deixaram o litoral. E no dia de ontem mais 7 mil. Então, 14 mil deixaram o litoral em dois dias de operação. Então vocês têm feito um trabalho de utilidade pública muito relevante” – disse o governador. 

O governador concluiu direcionando uma mensagem a pacientes que tiveram que deixar de procurar hospitais devido a incapacidade de locomoção. “Nós temos cem vagas de hemodiálise no hospital de Caraguatatuba. Então é importante que os doentes renais crônicos possam ir. A gente está tendo 20% de faltosos. Então, é importante que as pessoas compareçam para fazer sua hemodiálise. Havia dificuldade de acesso. Não há mais. A Rio-Santos está desbloqueada. Se houver necessidade, se houver dificuldade de deslocamento, a gente faz a internação“, concluiu.

Tarcísio ainda afirma que o governo deverá planejar uma linha de crédito envolvendo o turismo das cidades do litoral como forma de reparar prejuízos, podendo vir a financiar uma agenda cultural.

 

Foto Destaque: Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Reprodução / Band)

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